Agredido no trânsito guaçuano no dia 8, o animador de rua Adriano Ribeiro da Silva, de 36 anos, que se vestia e atuava como palhaço, morreu na noite de terça-feira, 15, na Santa Casa de Mogi Guaçu, onde estava internado, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A comunicação de óbito foi feita na madrugada de quarta-feira, 16.
A delegada Paula Casalli Dezzotti determinou que o boletim de ocorrência da comunicação do óbito seja inserido no inquérito que apura a lesão corporal contra Silva. A delegada explicou que a morte se deu em virtude das agressões. O agressor João Clodoaldo Guidini irá responder ao inquérito em liberdade.
Antes da confirmação da morte, familiares do animador aguardavam uma avaliação de seu estado de saúde por uma equipe da Unicamp, pois ele não tinha reação cerebral ao tratamento. Em entrevista ao jornal A Gazeta Guaçuana, no dia 15, a irmã do animador, Rosa Maria da Silva, disse que a sedação foi tirada para tentar acordá-lo, mas que o quadro evoluía para morte cerebral. Os médicos disseram que se ele permanecesse na UTI por 30 dias, mas tendo reação, poderiam partir para uma cirurgia e reverter o quadro. Rosa disse que o animador de rua deu entrada na Santa Casa com traumatismo craniano, hemorragia cerebral e aneurisma.
Adriano e a família são de Itapira. Há quatro meses, ele havia mudado para Mogi Guaçu para trabalhar mais perto do circo em que atua e no Terminal vendendo água e salgadinhos. Nas horas vagas, era palhaço malabarista no trânsito. Adriano deixou três filhos, de 8, 13 e 15 anos.
Agressão
A lesão na cabeça foi provocada em função de Silva ter sido agredido pelo motorista João Clodoaldo Guidini quando atuava na animação de rua no cruzamento da Rua 13 de Maio, próximo à agência do Santander.
Em depoimento à Guarda Civil Municipal (GCM), no dia da agressão, Guidini contou que ao passar pelo animador, Silva havia batido com um pino de malabarismo de plástico na porta de seu Toyota/Etios. Guidini contou ter estacionado, viu o risco gerado no carro e foi até Silva chamar sua atenção.
Ainda segundo Guidini, o animador foi em sua direção com um pino para agredi-lo. Porém, acabou derrubando o pino. Enquanto o malabarista abaixava para pegar o objeto, Guidini chutou o queixo de Silva, que caiu para trás, batendo a nuca na guia e permanecendo estático. A GCM patrulhava o Centro e foi acionada por populares.
A ocorrência foi registrada na delegacia como lesão corporal e Guidini acabou liberado, após ser interrogado.
Funcionário público da Prefeitura de Mogi Guaçu, Guidini é casado com a secretária de Educação da mesma cidade, Patrícia Guidini.
Redes sociais
A família de Silva esclareceu não ter pedido produtos ou dinheiro como divulgado em redes sociais. “Tem gente agindo de má fé fazendo campanha de leite, remédio e abrindo conta bancária. A única coisa que pedimos é que orem”, disse Rosa, antes do falecimento do irmão, à Gazeta.
Rosa frisou ainda que o Silva não era bandido, como também postado: “Ele foi preso uma vez porque ficou desempregado e não pagou a pensão alimentícia, só isso”. (Com informações de Karina de Araujo/A Gazeta Guaçuana)