A emoção de curtir a vida sobre duas rodas, viajar, conhecer lugares, se reunir com os colegas e ajudar os amigos na estrada é o que move uma série de motociclistas espalhados pelo mundo. Sempre de coturno, colete, botas e luvas, lá estão eles, enfrentando a estrada embaixo de sol ou chuva para colocar em prática a ideologia do motociclista.
“É um estilo de vida. Foi o reduto que eu encontrei, onde as pessoas se respeitam, se divertem, trocam ideias, brasões, adesivos. Enfim, é meu hobby, onde eu solto meus capetas”, disse o diretor do Ciganos Moto Clube, de Mogi Mirim, Marcos Barbosa, mais conhecido como Makarrão.
Há quatro anos, Barbosa faz parte do moto clube, que tem matriz em Araras, mas desde os anos 80 ele já andava de moto e frequentava os eventos relacionados às máquinas. Assim, se tornar um membro de moto clube não foi tarefa difícil, ainda mais pela postura, um critério essencial para ser aceito nos grupos.
“Eu ando de moto desde os anos oitenta. A gente ia para as corridas de motocross e então encontrava o pessoal, mas eu não tinha nenhum moto clube. Sempre fui bem recebido e sabe por quê? Pelas boas atitudes”, contou.
Hoje, em Mogi Mirim, além do Ciganos, há outros moto clubes, com os mais variados nomes. Entre eles, o Unidos, o Reunidos, os Excluídos, os Templários, A Thurma, Mulambo e também Viajeiros. Cada moto clube tem um estatuto e seus critérios para aceitar um novo membro, mas existem grupos para todos os gostos: só para homens, apenas para as mulheres, há aqueles formados por casais, os cristãos e também os de moto turismo. No entanto, independente da escolha, a regra básica para ser motociclista é respeitar o trânsito e ajudar o próximo.
“A partir do momento em que você não faz anarquias com a moto e tem o intuito de ajudar um irmão na estrada você já é motociclista”, explicou Makarrão, que também disse que ter moto grande não é necessário para fazer parte do grupo. “Já teve um caso de duas motociclistas em 2011 que fizeram uma viagem comigo de Biz até Alterosa, em Minas Gerais, então não é critério”.
Outro exemplo citado por Makarrão e bem mais recente é de uma viagem feita há cerca de uma semana, quando um casal viajou até Brasília com uma moto CG Titan ao lado do motociclista munido com uma XT-660. Na ocasião, Makarrão e mais sete pessoas, integrantes dos moto clubes Cavaleiros Negros de Águas de Lindóia e 100 Pressa de São Paulo, encararam cerca de dois mil quilômetros e 26 horas de viagem para participar do evento Brasília Motocapital, maior encontro de motociclismo da América Latina e terceiro maior do mundo.
“A pista de Uberlândia (Minas Gerais) até Brasília é péssima. Nós decidimos ir pelo caminho mais curto, mas a pista era de mão dupla, com vários buracos, muitos caminhões. Fora a chuva até Uberlândia”.
Primeira vez no Motocapital
Essa foi a primeira vez que Makarrão foi para Brasília de moto e a segunda vez que encarou tanta estrada, já que no ano passado foi parar em Macaé, no Rio de Janeiro. Em Brasília, nos cinco dias de evento, que foi realizado no Parque de Exposição Granja do Torto, 380 mil pessoas passaram pelo local e marcaram presença 1.200 moto clubes de todos os lugares do país e do mundo, como Argentina, Uruguai e Estados Unidos.
“Teve shows, barracas de alimentação. Posso dizer que tinha de nhoque à massagem, colete, botas e teve até show com o Erasmo Carlos. A emoção de andar junto é super ajeitada”, finalizou.