Um grupo de motoristas de vans escolares denuncia graves irregularidades e reclama da falta de fiscalização da Polícia Militar nos últimos meses, o que contribui para o aumento desse tipo de transporte clandestino em escolas da cidade e que pode representar graves ocorrências com relação principalmente à segurança dos alunos.
O presidente da Associação dos Condutores de Transporte Escolar de Mogi Mirim e da Baixa Mogiana (Ascotemm), Edgar José Pires de Ávila, encaminhou na terça-feira um ofício à Polícia Militar solicitando uma maior fiscalização. Cópias desse documento também foram enviadas à Câmara Municipal e à Prefeitura.
Os problemas apontados são vários, como por exemplo, a falta de identificação de transporte escolar, a falta de vistoria determinada pela Ciretran, veículos em péssimas condições e superlotação.
Uma mulher que trabalha com transporte de alunos, que não se identificou à reportagem, afirmou que as irregularidades acontecem em sua maioria nas vans que prestam serviço à Prefeitura, que raramente são vistoriadas. “A agente tem que pagar as vistorias e eles não tem o cartão que precisa colar no vidro”, disse.
A falta de sinalização de solo, indicando local de embarque e desembarque de alunos também contribui para o descontentamento. Casos como esses podem ser constatados nas escolas Francisco Piccolomini, Dona Sinhazinha II e Colégio Objetivo.
“Ficou de ser conversado na Prefeitura para separar um lugar pra gente parar, mas os pais geralmente chegam primeiro e a gente tem que parar longe do portão. Isso acaba atrapalhando um pouco também”, disse Julio César Borges, que trabalha com transporte escolar.
Segundo Ávila, o tema é discutido com a administração municipal há tempos. “Quando entrou o (Mauro) Haddad a gente já tinha conversado. Daí ele saiu, entrou a Beatriz (Gardinali), falamos com ela também, mas até agora nada”, disse, se referindo aos responsáveis pela área de trânsito.
O coordenador da Gerência de Trânsito e Transportes, Luiz Fernando Guerreiro Zibordi, salientou que as denúncias devem ser direcionadas à Secretaria de Educação, para que providências sejam tomadas. Quanto à falta de sinalização, está previsto o início da implantação para dezembro.
Ele afirmou ainda que os veículos terceirizados realizam todas as vistorias e a documentação é recebida pela Prefeitura a cada seis meses para apresentar à Diretoria de Ensino. São 41 veículos para o transporte rural, 3 para as entidades e mais três para fins pedagógicos.
Fiscalização
Os motoristas afirmam que há dois anos, a Polícia Militar realizou uma ampla fiscalização, que na época apreendeu veículos e obrigou os motoristas a fazerem as vistorias obrigatórias para atestar a segurança dos serviços. “Foi bom, porque todo mundo sentiu no bolso e teve que fazer o que é exigido, para continuar a trabalhar”, relembrou Borges.
De acordo com o Capitão Marcelo Cavalheiro, da Polícia Militar, a fiscalização cabe à corporação, que não tem um efetivo específico para isso, mas que rotineiramente realiza as inspeções. “Fiscalizar é um processo de rotina para nós. Não sabíamos dessa situação a agora, com as denúncias, vamos apurar as irregularidades apontadas nas escolas que foram indicadas”, garantiu.