O movimento de torcedores do Mogi Mirim marcado para duas horas antes do jogo de domingo contra o Tupi em frente ao estádio, divulgado no Facebook, com manifestações de apoio ao clube diante da crise financeira, não ocorreu, motivando críticas de quem esperava as ações. A ideia era mobilizar a cidade com faixas manifestando os sentimentos e demonstrar que o Mogi é um patrimônio dos torcedores e não está sozinho. Porém, não houve manifestação. Torcedores ficaram frustrados. “Fiquei decepcionado, nem o pessoal que combinou veio. O pessoal da cidade não está preocupado com o Mogi, só os 300 de sempre”, reclamou o torcedor João Virgínio, em referência ao número de fiéis que considera estar sempre presente nos jogos.
Ricardo Tesch ficou surpreso. “As pessoas falaram, mas não estou vendo ninguém. Mas isso é Mogi, isso é a cidade de Mogi”, alfinetou, em relação à falta de apoio.
Na visão de Virgínio, Rivaldo deveria ser destituído da presidência por ter ficado com os Centros de Treinamento do clube como parte da dívida do Mogi com o ex-jogador, desonrando o compromisso de manter o patrimônio. “Ele fez escondido, foi desonesto”, criticou o torcedor, que acompanha o Mogi desde a década de 70.
Tesch também se indignou com Rivaldo: “O patrimônio é do clube e não individual, tinha que ser mais aberto, foi às escondidas”.
Com uma visão diferente, Antonio Carlos Bernardi, o Carlinhos, questionou o movimento, mas defendeu Rivaldo. “Cadê a mobilização? Criticam, todo mundo agita, mas na hora do vamos ver, vão no bar assistir SporTV. Agora quando vem alguém bancar o time, querem cobrar, cobrar o quê?”, questionou, revelando que já esperava o fracasso. “Esse é o torcedor, na hora do vamos ver ninguém faz nada. Torcedor do Mogi é acomodado”, alfinetou.
Bernardi considera certo Rivaldo ter transferido os CTs para o próprio nome. “Ele pôs dinheiro, tem que receber, é justo”, frisou, lembrando estar difícil a obtenção de patrocínios, além de faltar apoio do poder público.
Na visão de Carlinhos, Rivaldo continuará no Mogi. “Ele quer que a cidade participe. Pelo que eu sei que ele gosta do Mogi, ele não vai sair”, aposta.
Alheio ao movimento, paraense pede camisa
O torcedor João Everaldo Rodrigues, o Jota, natural de Santa Luzia do Pará-PA e residindo em Mogi Mirim há nove meses, foi ao estádio no domingo com o objetivo de ganhar uma camisa do time autografada por Rivaldo, que não estava presente devido às viagens pelo Nordeste em tour da Taça da Copa do Mundo.
Jota, que disputa a Copa Veteranos pelo Café Lan House e conta ser amigo do ex-jogador Capone, levou uma placa feita de papelão em que está escrito ser fã de Rivaldo, com um pedido de uma camisa autografada.
“Eu respiro esporte, esporte só não é maior que Deus e minha família”, contou o torcedor, que em breve voltará para a terra natal.