sábado, novembro 23, 2024
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MP apura “mensalinho” e sugere quebra de sigilo bancário e fiscal

O Ministério Público (MP) local abriu, na última semana, um inquérito civil para apurar se procede a denúncia da existência de um possível esquema de “mensalinho” dentro da Câmara Municipal. A investigação foi aberta a partir de uma representação enviada à Promotoria de Justiça pelo presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Oberdan Quaglio.

Vereador Ney teria feito afirmações sobre suposto esquema durante uma reunião, na sede do PT (Foto: Arquivo)
Vereador Ney teria feito afirmações sobre suposto esquema durante uma reunião, na sede do PT (Foto: Arquivo)

No documento, o presidente relata sobre afirmações que o próprio vereador Waldemar Marcurio Filho, o Ney (PROS), teria feito a respeito do “mensalinho” durante uma reunião, na sede do partido. Rumores de um possível esquema envolvendo os parlamentares vieram à tona ainda em novembro de 2014.

Na época, o diretório declarou à imprensa que o vereador, ainda quando era petista, teria dito em uma das reuniões partidárias que existiria um “mensalinho” para pelo menos quatro vereadores, alguns novos e outros que foram reeleitos nas eleições municipais de 2012. Ele teria ouvido uma conversa de um deles para que o valor de R$ 5 mil fosse pago imediatamente.

A fim de apurar se houve enriquecimento ilícito, o que configura ato de improbidade, o 3º promotor de Justiça, Rogério Filócomo, sugere a quebra de sigilo bancário e fiscal. Para isso, determinou que todos os vereadores da Câmara sejam notificados para apresentarem esclarecimentos, no prazo de 15 dias, e “apontem expressamente se abrem mão do sigilo” para análise das contas. O promotor ainda explicou à reportagem que poderia ter entrado direto com pedido de ordem judicial, mas preferiu agir de forma democrática e consultar antes os parlamentares. Com a autorização, os trâmites devem ser agilizados.

Em ata registrada durante as reuniões do PT, Ney também teria revelado que pretendia “se aproximar e gravar com caneta ou relógio gravador para depois denunciar”, o que nunca ocorreu de fato. Na sessão de segunda-feira, o ex-petista se defendeu e contestou a versão apresentada por Oberdan. “A minha conta está aberta. De nenhum vereador presenciei esse ato ilícito. Eu jamais citei isso”, argumentou, referindo-se ao fato como algo inventado pelo partido.

Procurado por O POPULAR, Oberdan confrontou a versão de Ney e confirmou que ele teria assinado a ata da reunião, na qual constam as informações a respeito do “mensalinho”. “Outros vereadores e lideranças políticas da cidade estavam lá na época. Todo mundo ouviu ele falando isso. A gente está fazendo o nosso papel. Ele não fez e isso levanta dúvidas”, declarou à reportagem sobre a representação na Promotoria.

Um dos motivos da expulsão do vereador do PT, além de outras acusações, foi o fato do parlamentar ter apontado a existêcia do esquema, sem ter formalizado, posteriormente, qualquer denúncia aos órgãos competentes. Além de Ney e Oberdan, os demais militantes do PT, que constam subscritos na ata – Andréia Domingos, Ernani Gragnanello, Luiz Fabiano de Castilho, Luiz Guarnieri e Daniel Massari – também foram notificados para comparecer ao MP no dia 25 de fevereiro, às 17h.

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