Estou cansado de viver a frente do meu vizinho inimigo, e ter que conviver com a preguiça, que habita na casa ilusão;
Nesta cidade culpa onde moro, prevalece a forma de pensar negativo, e aprendi desde criança a viver na rua egoísmo, bem no bairro da posse;
É um bairro cheio de nuvens de ciúme, sentimentos de superioridade e vitimismo, do qual chamamos de poluição;
A poluição me cega e me adoece, não permitindo que eu possa pensar em sair de casa, nem ao mesmo me mudar de cidade, ou mesmo um novo bairro, viver aqui é caro, me consome muitas crenças negativas;
O novo me dá medo, me apavora, prefiro ficar aqui, pois já conheço a todos, e eles me querem bem, sempre me nutrindo com maus pensamentos;
Os maus pensamentos me levam ao fundo do poço, de onde me sinto só e em profundo silêncio aterrorizante;
Não conseguir sair daqui é ruim, mas essa voz que não sai de minha cabeça é pior ainda, ela me diz a ter que visitar o vizinho empatia, lá no bairro amor;
Com a ajuda da família que mora longe, lá na força de vontade, consegui sair do fundo do poço, e foi possível me mudar para uma casa eu maior;
Na mudança eu deixei os apegos para trás, e só coloquei móveis novos na minha casa interior, parece estranho, mas viver em um bairro sem nuvens, me deixa o dia com a consciência mais clara;
Nesta rua abundância onde agora resido, consigo emprestar aos vizinhos xícaras de compreensão e pacotes de carinho, em troca, eles sempre fazem doação de tempo quando eu preciso;
Aqui o nascer do sol se chama esperança e o pôr do sol meditação nos trás um enorme aprendizado todos os dias;
Quero para a eternidade viver aqui e agora, só sair para férias boas e enriquecedoras no futuro próspero, pois as viagens que fiz ao passado, ficaram apenas nas fotos lembranças.
Assim como o homem influência o meio, o meio também influência o homem, portanto, assim como os relacionamentos têm o poder de nos afundar em profundo desprezo a nós mesmos, interferindo de forma destrutiva em como interagimos como o mundo afora, ele também tem o poder de nos despertar para nossa verdadeira natureza, e por meio da comunhão profunda com outra pessoa de valores sólidos e virtuosos, poderemos nos tornar a divina perfeição do nosso eu essencial.
Pense nisso!
Flávio Campos