Iara dos Santos Albano, de 35 anos, foi presa por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), na manhã de quinta-feira, 21, após ter expedidos mandados de prisão preventiva decretados pelos estados de Mato Grosso e Pernambuco. Ela foi localizada na Rua Sebastião Milano, no Jardim Planalto, onde mora.
Mas esta não seria a primeira vez que a mulher, natural de Fortaleza de Minas (MG), foi parar trás das grades. Em pelo menos dois dos casos em que a mulher está sendo investigada há ligação direta com Mogi Mirim, relacionado a conduzir veículos roubados para outras localidades, inclusive para fora do país.
Um dos episódios ocorreu em 27 novembro de 2019, quando uma equipe do Tático Operacional Rodoviário (TOR) realizava fiscalizações e fez a abordagem de um ônibus que realizada o itinerário de Ponta Porã (MS) a São Paulo. Ao indagarem a ocupante da poltrona 13 do coletivo, esta foi identificada como Iara.
Ela teria demonstrado nervosismo e versões contraditórias, causando nas policiais desconfianças, fazendo com que ela passasse por uma revista minuciosa. Assim, acabaram por encontrar inúmeros tickets de pedágios de rodovias dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Em um destes tickets havia os dados de uma camionete VW Amarok, com placas de Mogi Mirim, datado no dia 24 de novembro. Também havia tickets de abastecimento de combustível. Ao ser indagada sobre a Amarok, contou que havia transportado a camionete de Mogi Mirim até Coronel Sapucaia (MS) a pedido de seu cunhado.
E que, na cidade mato-grossense, deveria entregar o veículo a uma pessoa. Os policiais rodoviários, através da placa, realizaram pesquisas, que indicaram que a Amarok havia sido roubada em Mogi Mirim. Quando os policiais relataram a descoberta para a suspeita, Iara confessou.
Disse que havia sido contratada em Mogi Mirim por um homem para transportar a camionete e que, pelos serviços, receberia o valor de R$ 2.000,00. Então ela foi encaminhada à Delegacia de Polícia, sendo registrado o crime de receptação dolosa. Como ela não estava em estado de flagrante, ou seja, não estava com a camionete, após depoimento, foi liberada.
Por este crime, inclusive, chegou a ser investigada em Mogi Mirim, sendo ouvida em depoimento pela polícia mogimiriana. Em mais uma fiscalização de trânsito, Iara foi novamente abordada. No dia 3 de junho de 2020, a Polícia Rodoviária Federal realizava operações na cidade de Rio Brilhante (MS) quando pararam uma camionete L200 Triton.
Ao ser abordada, a moradora de Mogi Mirim, mais uma vez, demonstrou nervosismo e deu relatos contraditórios, o que despertou suspeitas nos policiais, que optaram por verificarem, em detalhes, a camionete e encontraram indícios de que os sinais identificadores do carro teriam sido adulterados.
Inclusive, conseguiram constatar que a camionete não ostentava a placa original, a qual, ao ser consultada, estava com queixa de roubo. Ao ser novamente descoberta, Iara contou que havia pego a camionete em Mogi Mirim e a levaria até a cidade de Coronel Sapucaí.
Assim, quando chegasse ao destino, receberia o valor de R$ 4.000,00. Neste caso foi autuada, permanecendo detida, mas não por muito tempo. Em agosto de 2020, Iara foi abordada por policiais federais quando conduzia um veículo Renault Logan, na rodovia BR 267, em Bataguassu (MS).
Demonstrando nervosismo e relatos desencontrados, os policiais desconfiaram e realizaram buscas no interior do veículo, acabando por encontrar um compartimento secreto. No local os policiais encontraram 66 pacotes da droga Skank, que pesaram mais de 27 quilos, além de um quilo de maconha prensada.
Ela contou aos oficiais que pegou o veículo em São Paulo e transportaria mais uma vez até Coronel Sapucaí. Ela foi autuada, mas como foi detida próximo de divisa, foi considerada como “mula”, ou seja, elementos que são contratados para realizar o serviço de transporte de drogas, não ficando presa por muito tempo.
Além destes crimes, Iara Albano também é investigada por participar de uma quadrilha envolvida em explosões de caixas eletrônicos e incêndios de caminhões “cegonha”, que destruíram veículos quando estavam sendo transportados. Esta operação foi deflagrada em vários estados e denominada Operação Vesúvio. Presa pelos policiais da DIG, a mulher, moradora de Mogi Mirim, permanece à disposição da Justiça.