Mais um caso de violência foi registrado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). No início da tarde de quarta-feira, a ajudante geral Priscila Pereira Ribeiro, de 32 anos, teria sido baleada pelo ex-companheiro, o vigilante Fabrício José Bazan, de 43. O crime ocorreu à Rua José do Amaral Mello, no bairro Jardim Silvânia, zona Norte, onde a vítima reside. Priscila foi socorrida pelo resgate municipal até a Santa Casa local onde permanece internada.
Segundo os policiais militares que atenderam a ocorrência, pelo menos quatro disparos foram efetuados. O suspeito fugiu, logo após a ação, em uma moto. De acordo com o boletim de ocorrência, os tiros atingiram a boca e o tórax da ajudante que, no mesmo dia, passou pelo Centro Cirúrgico. A Assessoria de Comunicação do hospital informou que o estado da vítima é estável, porém inspira cuidados.

O caso causou revolta, principalmente entre familiares e amigos, já que esta seria a segunda vez que Bazan tenta tirar a vida de Priscila. A primeira foi em fevereiro de 2014, quando ela também foi baleada no momento em que deixava uma pastelaria, na cidade de Mogi Guaçu. Bazan, que já responde por tentativa de homicídio, lesão corporal e ameaça contra a vítima, agora foi indiciado por homicídio simples e violência doméstica.

A ajudante teria sido abordada por Bazan em frente à residência da irmã. Uma das testemunhas, o cunhado da vítima, relatou à polícia que Priscila está morando próximo a sua casa, na mesma rua, desde que se separou do vigilante. Ele ainda contou que, por volta das 12h30, foi surpreendido com o barulho dos tiros. Ao sair para ver o que tinha acontecido, deparou-se com a ajudante caída na calçada e sangrando. Foi nesse momento que o cunhado revelou ter visto Bazan saindo rapidamente do local em uma Titan prata.
Na manhã daquele dia, assim que saiu para trabalhar, o cunhado ainda disse que encontrou com o vigilante circulando nos arredores das residências. Os dois chegaram a trocar algumas palavras e Bazan garantiu que só queria conversar com Priscila. Familiares relataram que o ex sempre a perseguiu, causando problemas.
Recentemente, ela havia reatado o relacionamento por pressão emocional e medo. No entanto, houve um novo rompimento da relação, fato que Bazan não teria aceitado. Embora tenha alegado não ter visto Bazan segurando um revólver, a testemunha disse que o vigilante tem acesso e, inclusive, possui armas. A Polícia Científica apreendeu uma munição de calibre 38 na área do imóvel da irmã.
Em 2014
Há dois anos, Priscila foi baleada quando deixava uma pastelaria, em Mogi Guaçu, na companhia de um ex-marido. Ela já estava no carro quando Bazan, armado com um revólver, apareceu. Após uma briga, o ex-marido foi baleado na perna, e ela foi atingida no rosto e no ombro direito.

A ajudante ficou uma semana internada, perdeu dois dentes e passou por duas cirurgias. Em entrevista à Gazeta Guaçuana, em março de 2014, um mês após ao primeiro atentado, ela contou que o relacionamento com o vigilante durou cerca de dez meses.
No início, Priscila disse que Bazan era um homem calmo e carinhoso, mas que, de repente, ele se transformou por conta de um ciúmes doentio. Na época, a ajudante conseguiu na Justiça uma medida protetiva contra Bazan e lamentou o fato do agressor estar em liberdade. (Com informações de Karina de Araujo da Gazeta Guaçuana)