sábado, novembro 23, 2024
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Música Popular Brasileira para os ouvidos americanos

Nascido em Mogi Mirim e participado por cerca de nove anos na Banda Lyra Mojimiriana, onde iniciou a carreira, Marcelo Rocha Passos se tornou um grande músico. Hoje, ele, que tem extenso currículo, cursa mestrado em música na Unicamp, em Campinas, trabalha como educador musical na escola Anglo de Itu, e realizou nos últimos dias uma intervenção bastante interessante nos Estados Unidos. Ele, acompanhado de mais três pessoas, que formam o grupo Cafezal, foi para o País levar a Música Popular Brasileira! O destino principal foi a Universidade de Cincinnati, que fica no Estado de Ohio. Nos Estados Unidos, além de palestra de contextualização, também ofereceram aulas práticas e tiraram dúvidas sobre “nosso” som.

A ida para os Estados Unidos foi realizada por meio de um programa do Ministério da Cultura chamado Conexão Brasil Cultura Intercâmbios, implementado no ultimo ano. Assim, o grupo teve toda a viagem custeada, mas após um longo processo de triagem. Nesta edição do Expressão, você confere como foi o bate-papo com Marcelo.

O POPULAR: Com que objetivo o grupo Cafezal foi até os Estados Unidos?

Marcelo: O objetivo da viagem foi participar de uma residência durante uma semana na Universidade de Cincinnati, onde trabalhamos diferentes gêneros da música popular brasileira, dentre eles o baião, frevo, maracatu, samba, choro, bossa nova e samba jazz. Sou integrante de um grupo chamado “Cafezal”, neste grupo exploramos os variados gêneros existentes no Brasil, como os comentados acima. O grupo é formado por quatro integrantes – violão/guitarra, piano/sanfona, bateria/percussão e trompete/flugelhorn.

O POPULAR: Como foi o trabalho de vocês na Universidade?

Marcelo: Fizemos uma palestra geral com contextualização histórica sobre a música popular brasileira, discutindo de forma sucinta o surgimento e os respectivos desdobramentos de cada gênero, realizamos aulas prática, possibilitando aos alunos um contato direto com nossa música, apresentamos materiais em áudio e vídeo, comentando, discutindo e tirando dúvidas sobre música brasileira.

O POPULAR: O Brasil, como um país considerado periférico, sofre muito a influência da música americana e demais culturas. Como foi levar a música brasileira para lá? Como é a recepção dos americanos em relação a nossa música?

Marcelo: Um aluno de lá me perguntou como os americanos soavam tocando música brasileira… Eu sorri e disse que já havia me perguntado como um brasileiro soa tocando jazz… (risos). Falar sobre influências com pontualidade e precisão é um pouco complicado, mas aqui tivemos e ainda temos influência da música americana, assim, como tivemos influência da música europeia e africana também! Confesso que tive um pouco de receio pra falar sobre a história do meu instrumento (trompete) no Brasil, por não termos uma história formatada, ou seja, não temos pesquisas na área, existem algumas dissertações de mestrado, para ser pontual, sobre trompete na música popular, existem no máximo quatro… Já eles, se preocupam com isso e possuem muitos materiais. Mas no geral, fui muito gratificante, os outros instrumentos que temos no “Cafezal” possuem uma história pouco melhor que a do trompete no Brasil. A receptividade foi maior do que eu esperava e, pelo que já pesquisei, faz tempo que eles estão de olho nos nossos sons! (risos)

O POPULAR: Com quantos anos estava quando estudou em Mogi Mirim na Lyra? A paixão pela música veio por meio desse contato?

Marcelo: Comecei a estudar música em 1994, eu tinha dez anos de idade. Estudei lá durante oito ou nove anos. Minhas grandes amizades de hoje foram conquistadas lá. A Banda teve um papel fundamental na minha formação como músico e como cidadão. Tenho boas lembranças dessa época!

Não posso falar com propriedade, mas penso que a Banda Lyra foi uma das instituições que mais colocou alunos em Universidades públicas, pelas minhas contas, acredito que uns quinze alunos foram aprovados em vestibulares da USP, UNESP e UNICAMP.

O POPULAR: Na sua visão, qual a importância da música para o ser humano?

Marcelo: Existem muitos valores implícitos no estudo da música, mas para um ouvinte eu acredito que ela pode despertar as mais variadas emoções, dentre elas eu destacaria a alegria, paz, saudade e amor.

Foto: Davi Moraes

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