quinta-feira, novembro 21, 2024
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Na base do atropelo, novamente

Não existe a menor dúvida que Gustavo Stupp (PDT) e sua equipe têm um estilo diferenciado de administração. Resta avaliar a conveniência, legalidade e vantagens desta forma de conduzir uma Prefeitura no qual não faltam problemas e soluções adiadas. Prestes a completar o primeiro ano de governo, este grupo ainda tateia os caminhos de realizações, dissipa apoios que poderia conquistar, passeia sobre uma base aliada na Câmara que se revela frágil e conduzida ao sabor das conveniências, além de acumular dissabores, contratempos e divergências com setores de representação da sociedade.

Para muitos – e faça-se justiça, é um pleito razoável – a falta de experiência e a dificuldade de pegar uma Prefeitura desarticulada e esfacelada ao sabor dos caprichos do antecessor seriam justificativas para a falta de avanços significativos. Alguns rompantes de entusiasmo levaram a planos tão obviamente inadequados que colocaram em xeque a capacidade de conduzir uma Prefeitura com um mínimo de segurança. Em outras palavras, hoje teme-se pelo pior em Mogi Mirim.

Por um irreparável senso de otimismo, esperava-se que, após a análise dos erros reconhecidos pelo próprio prefeito, 2014 pudesse representar ao menos uma tentativa mais positiva para chegar à normalidade. Ledo engano. Ao encerramento do ano, Stupp mais uma vez abre mão da possibilidade de um amplo diálogo com a sociedade, desenha um novo projeto de organograma para a Prefeitura, cria mais secretarias, aumenta os gastos com pessoal, atropela a legislação, usa a base aliada para passar um trator na Câmara e pretende uma reforma que não tem a mínima chance de atribuir qualidade e competência a seus autores. Se sobram pareceres jurídicos e arrogância, faltam diálogo, bom senso e respeito.

Não bastasse, criou um pacote de providências enviadas a Câmara de baciada e em cima da hora, usou a complacência de uma base aliada que tudo aceita com bovina condescendência, com assuntos da mais alta relevância para o município, inclusive uma suposta e camuflada privatização do Saae. Como se espera, em sessões extraordinárias convocadas para esta semana, tudo será aprovado, com os espasmos infrutíferos de uma oposição que sequer existe na prática, aos gritos das lideranças que distorcem fatos, leis e declarações, para justificar o inexplicável.

Stupp, se merecia algum crédito, deu uma banana a quem acreditava que ele poderia um dia ceder ao espírito republicano e passar a governar com a sociedade. Vai conseguir sozinho as ferramentas que deseja para governar. E poderá pagar caro por isso.

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