sexta-feira, maio 9, 2025
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Na era da tecnologia, como estão são as novas relações de trabalho no Brasil?

Esqueça o que você sempre pensou sobre horário definido para trabalho e para sua vida pessoal. As relações de trabalho estão se modificando e, hoje, com a tecnologia, para muitos, já não é possível separar a vida profissional da pessoal. É o caso de quem trabalha à distância, ou seja, fisicamente longe da empresa que paga o salário do trabalhador. Isso garante mais liberdade, mas, ao mesmo tempo, muitas responsabilidades. Mas, isso é possível?!
A diretora de conteúdo e eventos do Great Place to Work Brasil, Daniela Diniz, é um exemplo disso. A jornalista decidiu viajar aos Estados Unidos com a família, onde o marido iria estudar, e, mesmo com um bom emprego e em um ambiente que gostava, decidiu arriscar ao contar os planos para sua chefia. A proposta de trabalhar remotamente foi aceita e deu certo. Na prática, ela fazia quase todas suas funções habituais, a quilômetros de distância, em outro país.

Daniela arriscou ao se mudar com a família para outro país; é possível trabalhar com liberdade (Foto: Everton Zaniboni)

Ela sabe que isso é algo que ainda não está enraizado nas empresas e, de volta ao Brasil, contou um pouco de sua experiência em um encontro com profissionais de recursos humanos, no dia 19 de julho, em Mogi Mirim. “A gente tem muito o pensamento industrial, só que estamos vivendo uma era digital. Na prática (trabalhar desta forma) é muito difícil, e não é só no Brasil. É muito difícil porque nós fomos acostumados e educados a viver um modelo de duas vidas separadas (pessoal e profissional) e viver essa mentalidade industrial. E quando a gente vive, agora no mundo digital, você começa a viver outras demandas e sentir outras coisas. Mas levar isso para o dia a dia de trabalho é desafiador”, revela.
Dentre as vantagens apontadas por ela, está a possibilidade de integrar toda a sua vida, não separando a diversão da obrigação. “É tudo junto: você pode, de fato, assistir à apresentação do seu filho sem perder o dia de trabalho. Isso torna tudo muito mais satisfatório. Você não tem aquele pedacinho da vida pessoal e aquele pedação da vida profissional, hoje, tudo junto, é muito mais legal”, opina Daniela.
Como desvantagens, Daniela diz que é complicado dar feedback, por não estar presente em muitos momentos, não estar na hora das celebrações e até mesmo não participar dos cafezinhos na empresa. “O brasileiro é muito relacional, então nós precisamos do momento do cafezinho, do almoço, do brainstorm, da ideia que surge…”, comenta.
Há também os desafios, como estabelecer uma disciplina, para não aproveitar mais do que trabalhar, e estabelecer uma relação de confiança. A profissional ressalta que se não tiver essa base, essa prática de trabalho pode até existir, mas ela não vai funcionar, pois é possível que haja insinuações e desconfiança do chefe e da equipe.

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