Em época de celulares, smartphones e tantas outras tecnologias que nos permite conversar com outra pessoa em qualquer canto do mundo, observar uma pessoa utilizando um telefone público chega a ser motivo de curiosidade. No entanto, diferente do que se possa imaginar, eles continuam sendo muito utilizados. É o que garantem comerciantes que diariamente são procurados para vender cartões telefônicos.
Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em dezembro do ano passado, cerca de 49% dos orelhões do Brasil realizaram até duas chamadas por dia em média, enquanto que no Estado de São Paulo, o índice de utilização é de 50,8% que em média realizam até duas chamadas.
Mesmo as estatísticas nacionais em queda, Nalu Aparecida Macedo Soares, da Banca São Benedito, instalada na Praça Duque de Caxias, não vive a realidade informada pela Anatel. “As pessoas usam bastante, principalmente quando esquecem os celulares”, disse, se referindo ao telefone público ao lado de sua banca de jornais e revistas.
Segundo ela, é comum ver pessoas esperando para fazer suas ligações. “Mais ou menos umas 20 pessoas vem até o orelhão por dia. Tem vezes que forma até fila pra usar”, comenta. Ela mesmo afirma que também utiliza o telefone com frequência, já que as tarifas são menores para telefones fixos, por exemplo, quando comparados às taxas cobradas por operadoras de celulares.
Utilizar o telefone público é mesmo vantajoso. As chamadas para um telefone fixo custam R$ 0,06, enquanto que falar durante um minuto de um orelhão para um celular, é cobrado menos da metade do que seria cobrado ao utilizar um telefone fixo.
Eliane Alves, da Banca do Cabral, vende de seis a oito cartões telefônicos diariamente. O mais vendido é o cartão de 40 minutos, comercializado por R$ 4,50. “Muita gente ainda compra, principalmente quando não tem promoções nos celulares”, disse. Ela informou ainda que geralmente, pessoas mais idosas não largam o velho hábito de telefonar de uma cabine.
Segundo a Telefônica Vivo, operadora de telefonia na cidade, são mais de 198 mil orelhões em todo o Estado de São Paulo. Somente em Mogi Mirim, há 532 telefones públicos espalhados pela cidade à disposição dos usuários. Estatísticas divulgadas revelam que em São Paulo, há quatro aparelhos para cada mil habitantes, conforme determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).