Uma mulher de 38 anos, de Mogi Mirim, foi uma das vítimas do já amplamente divulgado “Golpe do Amor”. A arapuca vem sendo praticada por criminosos através de contatos iniciados através de redes sociais. Este tipo de crime tem crescido assustadoramente e são praticados pelos chamados scammers (fraudadores).
Os criminosos deste porte são mais difíceis de serem detectados do que os perfis fakes, pois postam fotos, legendas, stories e informações como se fossem reais. Por isso a orientação de que confiar, desconfiando, sempre deve ser levada em conta. De acordo com a vítima, há cerca de um ano conheceu um rapaz por uma rede social que se identificou como “Johnson Barry”. Ele dizia ser morador da Holanda.
O suposto holandês ainda falou para a mogimiriana que utilizava de um tradutor online para que pudesse se comunicar com ela e a conversa entre os dois fluiu, como um namorado, apenas por troca de mensagens. No mês de março passado, o então namorado da internet disse à vítima que estaria no México e indagou à mulher se poderia receber sua bagagem, que chegaria no Aeroporto de Guarulhos.
Não suspeitando de nada, a mulher concordou em receber a bagagem, sendo que dias depois recebeu um telefonema através de um numero com o DDD 11, em que o interlocutor se identificava como sendo do Aeroporto de Guarulhos e que havia necessidade de ser paga uma taxa no valor de R$5.650,00 para que a bagagem de “Johnson Barry” fosse liberada.
Acreditando ser realmente um funcionário do aeroporto, já que ela própria havia passado por uma circunstância parecida ao comprar produtos vindo de outros países, que, inclusive, geraram impostos, a vítima foi até a sua agência bancária para fazer a transação. Ainda no estabelecimento financeiro foi alertada por um funcionário, que mencionou os riscos que poderia estar correndo.
Após ter realizado o pagamento, a vítima começou a receber novas mensagens em seu telefone, em que interlocutores se diziam ser do aeroporto e exigiam para que fossem feitos novos depósitos, pois na bagagem haveria dinheiro. Passando a questionar sobre os fatos e se negando a fazer quaisquer novos depósitos, a vítima passou a receber ameaças. Essas pessoas passaram a se identificar como policiais federais e até agentes do FBI, instituição policial dos Estados Unidos. Diziam, inclusive, que iriam prendê-la, caso novos depósitos não fossem realizados.
Para se proteger, a moradora de Mogi Mirim bloqueou os números que faziam contato, assim como de seu suposto namorado holandês, que inclusive retirou das redes sociais o perfil que utilizava. Todo o material resultante das conversas foi levado à Polícia Civil, que deve seguir com as investigações.