Uma sociedade marcada por críticas muitas vezes esvaziadas e opiniões surpreendentemente preconceituosas. As posturas mencionadas são resultado do caldeirão social no qual toda a população está imersa, em que não há valorização do conhecimento e, consequente, abertura para reflexões. É a partir do conglomerado acima que, no último final de semana, uma série de comentários sobre o furto ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da zona Leste, surgiram de forma preconceituosa na internet após a postagem de uma matéria divulgada na última semana nas páginas de O POPULAR.
Nas redes sociais, em linhas gerais, muitas pessoas chegaram a comentar que o furto dos equipamentos médicos teria ocorrido por conta da localização da UPA, que foi instalada no bairro Linda Chaib. Como se em outra região da cidade, o desagradável fato não pudesse ter ocorrido também. Não entraremos no mérito sobre o posicionamento da unidade, facilidades e/ou dificuldades de acesso, essa discussão fica para outra hora, apesar de que é essencial descentralizar unidades públicas quando os espaços começam a ficar amplos e a necessitar de serviços.
Mas, por hora, o fato a ser abordado é o quanto a sociedade ainda tem a necessidade de amadurecer sua relação com os espaços da cidade e perceber que se trata de um mosaico de condições sociais diferentes, mas que as regiões não podem ser estereotipadas. Insistem, quando analisando apenas por um ponto de vista, em taxar as periferias, e não só de Mogi Mirim, como locais abandonados ou compostos, exclusivamente, por violência.
Essa visão carrega um olhar preconceituoso, genérico sobre o espaço urbano e suas condições. É preciso ampliar a análise. É óbvio que as condições sociais de um ponto da cidade e de outro são diferentes, mas isso não pode ser determinante para dizer, com toda certeza, que situações como o furto, categoricamente, ocorreria naquele local.
Acredite, já ocorreu na Santa Casa, região central e, por esses dias, também houve um caso de vandalismo no Ginásio do Tucurão, na zona Norte. Situações abomináveis porque, como também já foi analisado, são locais que pertencem à população e que os munícipes deveriam cuidar e não destruir. Tratando sobre generalizar, é importante que os cidadãos saibam distinguir as posturas e não julgar todos da mesma maneira.
Da mesma forma que há pessoas que se importam com o bom andamento da cidade, também existem aqueles que não se preocupam e realizam atos de vandalismo e violência. Tais tipos de cidadãos, que não se importam com o bem coletivo, estão em toda parte, fazem parte de todos os bairros, estão em variados espaços e lares. Não estão somente na zona Leste, eles também se espalham em outras regiões da cidade, estão ocupando vagas nos poderes públicos e cadeiras nas esferas privadas. Não generalize.