Planejamento, organização, transparência e seriedade são fatores que devem acompanhar qualquer Administração Pública, sob a ótica de que o zelo e o bem estar ao cidadão precisam ser prevalecidos, responsabilidade de gestores que comandam uma cidade. Embora a máquina pública seja engessada e a aplicação de um modelo de desenvolvimento político e econômico eficiente esbarre em uma série de aspectos, o mínimo que se espera é uma gestão eficaz e pautada pela lisura.
Mês após mês, a Administração de Gustavo Stupp é marcada por fatos negativos que escancaram a ineficiência do governo, deixando a sensação de que comando e responsabilidade caminham descompassados na atual Administração Municipal. São 24 processos que envolvem a Prefeitura, atualmente estacionados no judiciário local, fato que por sí só evidencia a crise administrativa vivida em Mogi Mirim.
O momento, que já prejudica o trabalho interno no Executivo, traz reflexos para fora do Paço Municipal. O último deles afeta diretamente o trabalho exercido pelo Conselho Tutelar, órgão responsável pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente em situações de risco ou a violação de seus diretos. É ele que prima pelo bem estar da família junto à sociedade. Entretanto, em Mogi, um instrumento primordial para a execução das funções de conselheiras está ausente da rotina diária de trabalho: um veículo.
Documento entregue ao Ministério Público pelo colegiado do Conselho Tutelar afirma que o Executivo, a título de economia, retirou do órgão, no mês de setembro, o veículo que era utilizado tanto para apuração de denúncia quanto averiguação das condições de vida das crianças e adolescentes em visitas domiciliares programadas e necessárias. O documento aponta ainda que o Executivo forneceu um carro sem condições de uso, sucateado, retirado do pátio onde ficam os veículos inservíveis.
Sem o transporte, os conselheiros não podem atender ocorrências em bairros e escolas mais distantes, e precisam fazer a pé os trajetos mais próximos.
O caso beira o absurdo. Retirar um instrumento essencial na atuação dos conselheiros e fornecer um veículo sem as mínimas condições de uso não é atitude de uma Administração séria. Pelo contrário. Chega a ser uma decisão fútil e sem o menor cabimento. A impressão é que não existe prioridade em relação à aplicação do dinheiro público, visto que a Prefeitura acaba de assinar um contrato para o aluguel de dois veículos tipo SUV, modelos esportivos para a frota da Guarda Civil Municipal. A incoerência é tamanha. Parece que o que já está ruim pode ser piorado. O carro, seja sucateado ou esportivo, está desgovernado e parece que não há ninguém para freá-lo.