No terceiro capítulo de seu bate-papo, Nardo, ex-zagueiro no Campeonato Amador, aborda conquistas como jogador e confusões da época em que atuou como árbitro.
Boteco – Conquistou quantos títulos, Nardo?
Nardo – Foram 4 Amadores da Primeira, da Série Ouro (do Interbairros) eu ganhei uma, Série Prata ganhei outra, Amador do Estado um, Regional 2 vices e Mogi Guaçu fui campeão uma vez. Eu era para ter mais uns 2 títulos. Lembra do Cecap que foi campeão 3 vezes seguidas? Da Primeira Divisão foram duas, mas eles vieram subindo. Nos dois últimos anos, eu tive convite do Brega, do Zito, pra jogar no Cecap, marquei reunião com eles no Clube Mogiano, tava certo já pra eu acertar, mas não assinei. Eu achava tipo, que eu era de uma família, aí entrar em outra família?
Boteco – Você ia ficar meio sem ambiente?
Nardo – Sem ambiente e foi onde eles ganharam dois títulos seguidos, 2008, 2009. Olha pra você ver, era pra eu vir com seis títulos na sequência (já havia sido campeão em 2006 pelo Opção e 2007 pela Vila Dias e depois foi bi com a Tucurense em 2010/11).
Boteco – Você foi campeão em 3 times com Zé Maria e Cícero?
Nardo-Três times e sempre era o Juninho que ajeitava, ele ia e falava, leva o fulano, leva o fulano. Jogávamos eu, Zé Maria, Cícero, Vitinho (no Opção). Depois fomos todos pra Vila (Zé Maria, Cícero e Nardo ainda foram campeões do Interbairros com o IX de Julho). Com o Zé Maria teve uma historinha na época que eu fui pro lado de juiz. Apitando um jogo de Society, reclamou de uma falta. E o cara indo pro gol, driblou o goleiro, chutou e ele tirou com a mão. A obrigação do juiz, obrigação, não, né, cumprir a regra é expulsar o atleta. Fiz isso. E eu tinha uma amizade muito boa com ele, de frequentar casa, tudo. Aí a amizade deu uma encerrada ali.
Boteco – Por quê? Ele não aceitou?
Nardo – Não aceitou, ele tinha que defender o time dele e eu a arbitragem. Mas devagarzinho, agora, estamos cumprimentando, jogando contra, um pega na mão do outro, mas não estava assim, não. Ficou uns 5 anos mais ou menos.
Boteco – Os atletas falam: você batia e eu não posso bater?
Nardo – Tem, tem. Mas eu tenho que aplicar a regra. Se eu deixar você bater aqui, o cara vai bater ali.
Boteco – E a torcida brinca, você leva na boa?
Nardo – Levo na boa, dou risada, tem hora que falo: vem aqui, então. Mas nunca aconteceu nada de imprevisto aqui em Mogi. Porque lá em Mogi Guaçu, um jogo, um torcedor de um time lá entrou, veio dar capacetada, eu fui brigar.
Boteco – O que você fez, bateu nele?
Nardo – Tive que ir pra cima, aí ele saiu correndo, foi embora. Fugiu. Acabou o primeiro tempo, a gente senta no nosso vestiário para ficar falando do jogo. Aí ele veio, eu sentado, já veio dando capacetada. Pegou na mão, aí eu acertei ele, ele saiu correndo. Começou o segundo tempo, um impedimento que ele achou, que a pessoa tava muito alterada. O mesmo cara. Eu bandeirando, ele pulou o alambrado e deu uma voadora nas minhas costas, no Furno. Pra você ver, tão drogado que a pessoa tava, ele deu a voadora e caiu sozinho, nem eu caí. Eu corri atrás dele, aí o time dele tirou ele e ficou por isso mesmo.
Boteco – Qual seu jogo inesquecível?
Nardo – Final de 2007 (campeão pela Vila Dias contra o Novacoop), a gente foi campeão e joguei muita bola.
Boteco – E como foi a comemoração?
Nardo – Foi festa dia, noite, no outro dia, semana…
Boteco – Nardo volta, no último capítulo de suas histórias, desta vez para lembrar episódios e confusões como torcedor.