terça-feira, abril 22, 2025
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Nardo recorda sonho de jogar no Vail e aventuras como torcedor

No último capítulo de suas histórias no Boteco, o ex-zagueiro Nardo recorda a realização do sonho de atuar no Estádio Vail Chaves e relembra aventuras e confusões da época de torcedor.

Boteco – Como foi jogar no estádio do Mogi Mirim pelo Campeonato Amador (semifinal entre Tucurense e Vila Dias de 2012)? Você disse que tinha o sonho…

Nardo – Tinha uma época que eu falava, preciso jogar nesse campo do Mogi. Por causa do gramado, antigamente eu assistia muito lá, um dia eu vou jogar nesse gramado, tanto é que quando eu ia torcer pro Mogi, o tanto que eu pulava aquele alambrado, vinha time grande, essas coisas, a gente queria catar uma camiseta, essas coisas mais de moleque. A gente não tinha condição de comprar o ingresso, arrumava um jeito de pular o muro, subia na árvore e pular o muro.

Boteco – E conseguia entrar no campo sem pagar?

Nardo – Entrava sem pagar, consegui várias vezes.

Boteco – Em jogos do São Paulo? (Nardo é são-paulino).

Nardo – São Paulo, Palmeiras, sempre time grande, não tinha dinheiro pra comprar ingresso, arrumava um jeito de entrar.

Boteco – E depois ainda pulava o alambrado?

Nardo – Depois eu pulava mais o alambrado ainda. Uma vez foi contra o Palmeiras, era moleque, o Palmeiras depois que acabava o jogo, os reservas ficavam correndo no campo, aí eu tava dentro do campo, o Amaral moreninho, neguinho, passou perto de mim, eu mexi com o pé, ele: “saí daqui moleque”. Ele achou que eu ia passar o pé nele.

Boteco – Você teve o lado torcedor, então, também?

Nardo – Tive o lado torcedor, cheguei a acompanhar o Mogi, levei até uma pedrada na testa uma vez lá em Araras, p… brigaiada, quebraram todos os ônibus e pra sair de lá não foi fácil. Turma tacando pedra e o jogo à noite. Pedra pra todo lado, nem pedra era, como chama aquele piso, ardósia, aquele verde, pegou assim, rachou minha testa, nem vim embora com o ônibus, vim de carona, deixa eu sair daqui, o que eu tô fazendo aqui? Saiu o rolo, a gente tem que se defender, arrumar um jeito de pular pra dentro do campo. As pedras estavam vindo, teve que pular o alambrado pra se proteger, porque senão… Porque o grupo sempre do visitante vai ser inferior ao do time da casa.

Boteco – E os caras não tiraram você de lá?

Nardo – Não, vai fazer o quê? Vou lá, os caras estão batendo em todo mundo, nós vamos fazer o que lá? Tira eu daqui então. Foi quando conseguimos, a Polícia deu uma amenizada nas coisas, ficamos lá o maior tempão, depois viemos embora.

Boteco – Você brigava às vezes na torcida?

Nardo – Na torcida do Mogi, quando vinha a Ponte Preta, essas coisas, quanta briga saía no Half e a gente tava lá.

Boteco – Você brigava junto?

Nardo – Ah, entrava no meio. Fui assistir Palmeiras e São Paulo uma vez, com o Pedrinho Cueca, que tinha parente em Santo André, a gente foi lá, eu fui na torcida do São Paulo que o tio dele é são-paulino e ele foi na do Palmeiras. E eu tava com um boné azul, à noite, fizeram eu rancar o boné. Eu já fiquei com medo, guardei. Eu era criança ainda.

Boteco – Mas estava com a camisa do São Paulo?

Nardo – Camisa do São Paulo. “Não tem nada a ver, eu só vim com o boné, nem daqui eu sou”. “Não, tira o boné”. Tirei.

Boteco – Valeu, Nardo!

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