Amigos leitores, eu vi, ouvi e li muitos fatos relacionados a Mogi Mirim das décadas de quarenta e cinquenta do século passado. É o que vou tentar relembrar no artigo de hoje.
Em meados do século passado, existiu uma lei que tornava obrigatório o registro de aparelho de rádio na sede do Correio em Mogi Mirim. Lembro que a taxa era de Rs 5,00 (cinco mil réis) para pagamento até março e depois haveriam multas e até apreensão dos aparelhos receptores!
Em virtude do racionamento de gasolina durante o período da 2° Guerra Mundial, os motoristas mogimirianos usavam como combustível, em seus automóveis e caminhões, o Gasogênio. Era um gás derivado da queima de carvão de madeira e que substituía a gasolina, sem perda de velocidade e alimentação dos motores. Colocado em grande cilindro de aço, o carvão era queimado manualmente e o gás produzido passava por uma mangueira até o motor do veículo.
O uso do Gasogênio perdurou até o fim da 2° Guerra, em 1945, quando a gasolina deixou de ser racionada.
Quando as estradas ainda não eram asfaltadas, era verdadeira aventura transitar por elas com veículos. Em alguns trechos as estradas recebiam um precário apedregulamento, mas que não resolviam os problemas em época de chuva. Lembro que meu pai colocava correntes de ferro nas rodas do carro para conseguir subir trechos mais elevados, como era o caso do Engenho de Serra, um morro acentuado na estrada de Mogi Mirim até Campinas. Somente com as correntes era possível vencer aquele morro. Gasogênio, correntes de ferro, manivelas para dar partidas, foram terríveis obstáculos enfrentados pelos antigos motoristas, verdadeiros heróis do volante há cerca de 80 anos.
Li a notícia do casamento de Orlando Bronzatto, o popular Pintaca, em um dos jornais da cidade. O noivo, Orlando era filho do Italiano João Bronzatto e a noiva Zulmira era filha de João Clemente Miranda. Orlando nasceu em Mogi Mirim e, a noiva, em Pinhal. O casamento ocorreu na Matriz de São José, em 1944.
Antes de ser construída a pioneira rodoviária da Rua Padre Roque e que ficava nas proximidades do Jardim Velho (Praça Floriano Peixoto), os ônibus intermunicipais que ligavam Mogi Mirim até as cidades da região, São Paulo e Campinas, ficavam estacionados defronte o Bar Ideal de Silvio Brunialtti, localizado na Praça Rui Barbosa. Na época, os ônibus eram pouco utilizados pela população, que preferia os trens da Companhia Mogiana para suas viagens até os locais servidos por aquela estrada de ferro.
Túnel do Tempo: No dia 11 de julho de 1929, foi reorganizado o Hipódromo da cidade, com o nome de Jóquei Clube de Mogi Mirim. O terreno com cerca de 4 alqueires, ficava situado no Bairro da Saúde, entre o Cemitério Velho e o Campo de Aviação. Muitas corridas de cavalos foram ali realizadas, apostando-se grandes somas de contos de réis.
Preceitos Bíblicos: “Disse Jesus a seus discípulos: Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus e em mim também. Na casa de meu pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós. E para onde eu vou, vós conheceis o caminho. “ (João 14, 1-2-4)