sábado, abril 19, 2025
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Nenê Patelli recorda viagens e descoberta do goleiro Barione

De volta ao Boteco, José Antonio Brait Patelli, o Nenê, recorda episódios curiosos em viagens com os times amadores do Davoli e Academia, além de contar como superou a desconfiança ao lançar no futebol amador o goleiro Barione, que depois colecionou títulos e foi considerado o melhor arqueiro da cidade por muitos anos.

Boteco – Nesta competição (Segunda Divisão do Amador, com acesso à primeira do Academia), alguma história?

Nenê – Eu tinha sido expulso e naquela época era por horas. E eu podia jogar a final e não joguei. O Zé Márcio ajudava a organizar, ele e o Paulo Bolinha davam uma força pra Prefeitura naquela época. E eu podia jogar a final e não falaram nada pra mim. Ele (Zé Márcio) era da Cloroetil e a Cloroetil foi campeã, nosso time era bem melhor. Nós perdemos de 1 a 0, gol do João Bereba, que morreu, no campo do Mirante, no gol do bar.

Boteco – Como eram as comemorações da Academia?

Nenê – Por incrível que pareça, teve uma época, em um ano inteiro, onde era a casa da minha mãe, acabava o jogo a gente ia lá, barril de chope, o Daltinho dava que ele tinha Skol, ele com o Marcelo, dava um barril de chope por jogo.

Boteco – Dava muito trabalho (comandar os jogadores)?

Nenê – Dava, meu pai tinha uma Kombi 66, fomos jogar naquele Colégio de Padre, em Minas. Coloquei 22 pessoas na perua, o guarda me parou: “onde você tá indo?”. “Vamos jogar naquele colégio, estamos atrasados, essa perua não anda”. “Você bebeu?”. “Não”. “Então você é louco?”. “Sou louco por bola. Você é mesmo”. “Não vou nem multar você”. Tinha nego no motor. Quem tava no motor era o falecido Gomão, que fazia camisa. Ele não ia jogar, mas foi. Bonetti e Daltinho foram de carro, tinham mais condições.

Boteco – Bonetti estava no time também?

Nenê – Bonetti começou na Academia, foi um excelente goleiro, quem lançou ele foi eu. Até o Paulo, Paulinho Barione, quando eu fui treinador da Santa Cruz, quem lançou o Barione para o futebol de campo foi eu, foi várias vezes campeão.

Boteco – Como você descobriu o Barione?

Nenê – Salão, falei: “vamos jogar campo”. “Ah, não gosto”. “Vamos jogar”. Puta goleirão. Quando eu indiquei o Paulo Barione goleiro, lá na casa do Fina, ele e o Fina, ele perguntou: “onde ele jogou?”. Fizemos uma reunião para ver qual o elenco, quem eu indicava, indiquei o Barione. “Aonde ele jogou?”. Em lugar nenhum, nunca jogou campo. “Mas como nunca jogou campo?”. “Salão ele fecha, melhor goleiro de salão da cidade, tem estatura, vamos trazer pro Santa Cruz”. Leiteiro tava desconfiado. A primeira partida que ele fez pela Santa Cruz, fechou o gol. Aí o Leiteiro chamou o Fina, me chamou: “Fina, eu tenho que dar os parabéns pro Nenê. O que esse homem pegou aqui. E vou falar uma coisa: vai ser o melhor goleiro da cidade”. Dito e feito! Barione foi o melhor goleiro da cidade e campeão por muitos anos.

Boteco – Lembra de alguma história na época de Davoli?

Nenê – Estávamos indo jogar em Americana, o Davoli tinha um ônibus velho para caramba. Era um senhor já de idade o motorista. Tínhamos que estar em campo 9h, então saímos 7h, pegava a gente no Jardim Velho. E nesse dia o motorista errou o caminho, a gente estava atrasado. E eu estava sentado no banco da frente com o Neto, tinha muita amizade com ele. Nós já estávamos trocando de roupa e ele começou a brincar com a bola na janela. Numa subida, a bola caiu, desceu no asfalto, parou, perdemos mais 10 minutos para pegar a bola, porque sem bola dava W.O., e esse jogo empatamos em 1 a 1. Chegamos lá, saíram seis, sete correndo, o juiz já ia dar W.O., mas chegamos a tempo.

Boteco – Nenê volta para abordar os tempos em que a casa de seu avô, onde hoje é o Manhattan, se tornava uma espécie de “camarote” para acompanhar os jogos do Sapão, lembrar da amizade com Barros, o período no departamento amador do Mogi Mirim e uma loucura para assistir a uma partida do clube.

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