Caros leitores, todos sabem que em casa que tem goteira, sempre pinga. Como dizia Sérgio Reis: “Nessa casa tem goteira / pinga ni mim, pinga ni mim, pinga ni mim…” E não é uma casa qualquer, é com “C” maiúsculo de Casa de Leis. De Câmara Municipal. Pois é, essa é a situação do nosso Legislativo. E quando chove forte, não pinga só ni mim, pinga até na cabeça do prefeito da cidade.
Ou não, Tiago Costa?
“É uma vergonha uma Câmara Municipal receber o prefeito e goteira de chuva caindo na sua cabeça, como no dia da posse [na tarde de 1º de janeiro].” Não pinga só ni mim, pinga no Paulo Silva também. “Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento”, acrescentou Tiago, colocando o dedo na ferida.
A crítica para dentro é, sim, necessária no momento em que a maioria dos vereadores, os novatos, principalmente, apontam seus dedos, com toda razão, para a falta de estrutura de escolas e postos de saúde. É que muitos deles, senão todos, ainda não conhecem bem o telhado de vidro da própria Casa.
Mas Tiago não ficou só na retórica. Oficiou a presidência da Câmara a tomar as devidas providências. “Porque não adianta pedir para fora e não dar o exemplo aqui dentro”, justificou ele, que tanto cobrou da Administração Municipal melhorias nas estruturas e regularização das escolas municipais na Legislatura passada. Sabe o que está dizendo.
A presidente da Casa, Sonia Módena, também sabe das necessidades. Não acredito que ela vá deixar de dar uma solução definitiva para o problema no seu biênio e correr o risco da “maldição” dos últimos ex-presidentes – nenhum deles reeleitos, pelo menos os quatro últimos, de 2013 pra cá (Mané Palomino, Jorge Setoguchi, João Carteiro e Dito da Farmácia). Enquanto isso, pinga ni mim. Ou melhor: pinga ni nóis.
Por hoje, só sexta que vem.