Expulso do Partido dos Trabalhadores (PT), o vereador Waldemar Marcúrio Filho, o Ney, não digeriu nem um pouco a medida. Descontente, fez duas críticas ao atual comando da sigla, atacou o ex-presidente do partido, e afirmou que já tomou as providências cabíveis para retomar sua filiação. Em caso de insucesso, promete recorrer até à Justiça Comum para voltar ao local que afirma possuir forte identificação.
Ney afirmou que soube da notícia da expulsão pela imprensa no final de semana, e que ainda no domingo já começou a redigir o texto com a sua defesa. O documento foi enviado ao Diretório Estadual do PT para análise e espera pela decisão. Uma resposta ainda é aguardada para esta semana. Caso não obtenha sucesso, promete recorrer ao Diretório Nacional. Mais do que isso. Se não conseguir o que deseja nas duas esferas, promete buscar a Justiça Comum a fim de conseguir voltar ao partido.
Descontente, não poupou críticas ao comando do PT em Mogi. Um dos alvos da ira de Ney é o ex-presidente do partido, Ernani Gragnanello, figura de grande influência dentro da sigla. “O Ernani quer me atacar em todos os momentos, mas eu não saio do PT, ele gostando ou não. Eu me identifico com o estatuto do partido”, afirmou. Sobrou também para o atual presidente, Oberdan Quaglio. “O Oberdan nada mais é do que um fantoche na mão dele”, disparou.
“Mensalinho”
Em comunicado enviado à imprensa na última semana, o Diretório Municipal do PT afirmou que Ney teria dito em uma das reuniões partidárias que existiria um ‘mensalinho’ para pelo menos quatro vereadores, alguns novos e outros que foram reeleitos nas eleições municipais de 2012. Ele teria ouvido uma conversa de um deles para que o valor de R$ 5 mil fosse pago imediatamente.
A suposta afirmação foi rebatida por Ney. “Essa denúncia é infundada, uma calúnia, uma difamação. Eu invoco o presidente da Câmara para que tome providências em relação à isso”, cobrou.
Vereadores cobram apuração dos fatos
Incomodados com a denúncia, parte dos vereadores cobraram medidas que comprovem a denúncia. “Precisa ver se procede, tem que provar, mostrar quem está ganhando com esse mensalinho”, defendeu Laércio Rocha Pires (PPS). “Se não procede, fica uma imagem ruim para a Câmara Municipal”, completou.
A vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PMDB) também pediu providências da Mesa da Câmara, e que a denúncia necessita ser comprovada. O petista Luiz Guarnieri mostrou espanto com a notícia. “Eu desconheço esse assunto”, resumiu.
Logo após a fala de Ney e o pedido de providências pela Câmara, o presidente da Mesa, o vereador Benedito José do Couto, seguiu a linha de outros vereadores. “Se dizem isso, que provem”, disse