sexta-feira, novembro 22, 2024
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Nhá Quitéria, uma heroína mogimiriana – n° 630

As mulheres mogimirianas sempre foram pródigas em demonstrações de amor à pátria e no resguardo da tranquilidade e segurança de nossa terra. O cronista Pedro de Mattos, que viveu em Mogi Mirim no período de 1867 a 1934, ano em que faleceu, aos 67 anos de idade, contou a história de Nhá Quitéria Pimenta. Ele escreveu pormenores da atuação dessa mogimiriana em diversos episódios transcorridos entre as décadas de 60 e 80 do século dezenove.

Certa feita foi preso em Mogi Mirim um jovem carioca, por motivo desconhecido. Dias depois correu boato que afirmava ter os parentes do rapaz organizado um grupo para invadir a cadeia e libertar o jovem. Para manter a ordem na cidade, foi convocada a Guarda Nacional de Mogi Mirim, comandada pelo Cel. Guedes (depois nomeado Barão de Pirapitingui). Escreveu Pedro de Mattos:

“Nhá Quitéria, que residia perto da cadeia, na Rua Dr. José Alves, solicitou ao comandante para auxiliar na distribuição de munições aos soldados, no que foi atendida. Ela verificou que alguns soldados tremiam de nervoso e passou a animá-los, dizendo: não tremam! Sejam homens! E não atirem sem ordem do comandante! E com essas palavras animou e apoiou os soldados. O grupo que tentava libertar o rapaz preso acabou desistindo de seu intento.”

Durante a guerra do Paraguai, tropas brasileiras que passavam por Mogi Mirim com destino a Mato Grosso receberam auxílio de Nhá Quitéria que, inclusive, arranjou voluntários mogimirianos para integrar as tropas. Quando ela ficava sabendo de vitórias brasileiras naquele conflito soltava foguetes e levantava vivas ao Brasil. O cronista contou outra heróica atitude de Nhá Quitéria:

“Ao saber que estava em Mogi Mirim um audacioso desordeiro, no lugar de e que afrontava o povo e a polícia, ela armou-se com um cacete e foi ao encontro do marginal, dando-lhe voz de prisão. O desordeiro declarou que não tinha medo de mulher e não iria se entregar. Sem vacilar, Nhá Quitéria deu-lhe valente cacetada, derrubando o homem, que acabou sendo preso!”

Essa história percorreu o território paulista e foi determinante para marcar as mulheres mogimirianas como possuidoras de grande coragem, audácia e patriotismo.

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