sexta-feira, setembro 20, 2024
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Nino: desfecho de partida contra Pelé e o Corinthians na chuva

No último capítulo de suas histórias, o ex-atacante Nino recorda o desfecho do jogo Noroeste x Santos, quando enfrentou Pelé, em Bauru, e relembra um duelo contra o Corinthians.

Boteco – Como foi o Pelé na partida?

Nino – No vestiário, tinha o zagueirão (do Noroeste). O técnico: “Você não me largue do Pelé, fica encostado nele, faz falta, mas não larga”. Demorou uns 15 minutos, um escanteio, o cara bateu, o Pelé saiu (risos). A hora que o cara pensou em sair junto, ele já tava lá em cima cabeceando a bola. Pen. Terminou o primeiro tempo, 1 a 0, fomos pro vestiário. O técnico: “Falei pro cê, como você desgruda do homem?”. E o Gildo: “A hora que eu vi, o homem tava lá em cima já, como eu vou subir atrás?”. “Tinha que ter subido antes. Continua, não larga do cara”. “Não, deixa ele pra mim agora”. E fomos.

Boteco – E dentro do campo, eles falavam alguma coisa?

Nino – Não, não desgrudava do Pelé. Numa das bolas, o Pelé recebeu, fez uma tabela e o cara enfiou pro Pelé. E o Gildo veio igual um boi bravo, deu um carrinho no Pelé, Pelé ficou bravo pra caramba. “Vai me machucar, de novo no meu pé”. Deu quase aquelas briguinhas, juiz parou, vou expulsar os 2, aquele negócio, não expulsou. E o jogo foi, cada vez mais fogo e tem os caras que têm raiva dele, porque ele era pra jogar no Noroeste, ficaram xingando, nego à toa, fdp. Outro escanteio. Aí o Gildo: “Agora, não”. E a gente chegava perto: “Não larga do homem”. Pelé subiu de novo, junto com o Gildo, o Gildo agarrou ele, mas ele cabeceou e fez o gol. E foram os 2 pra dentro da rede. O Pelé veio na velocidade, a bola veio, Pelé tava lá atrás saindo do Gildo, sai daqui, sai dali e veio e subiu e, no impulso, Pelé subiu muito, aquela porrada que a rede quase arrebenta, mas o Pelé perdeu um pouco o equilíbrio e o Gildo tava engalfinhando nele e foram os 2 pra dentro do gol, no fundo da rede. Saíram até uns tapas, uns pontapés. Juiz expulsou os 2. Aí você não sabe o que o Pelé faz. Tinha uma arquibancadinha que só ficavam os “chapéus”, bons de dinheiro. E o Pelé saiu em frente pra provocar, porque a hora que ele passou, todos que tinham muito dinheiro xingando ele, mas ele já tinha feito dois gols, fazia assim na camisa (segurando, provocando). Pqp. Mas o Pelé não tinha jeito de marcar.

Boteco – Qual outro jogo marcante para você?

Nino – Contra o Corinthians, de ônibus, lá na Fazendinha.

Boteco – Tinha um sabor especial por ser são-paulino?

Nino – Tinha, além de são-paulino, você quer ganhar. E deu uma puta chuva, encharcou aquilo e entramos em campo. Começou o jogo, a bola não saia do lugar, como vai jogar?

Boteco – Pro seu estilo de jogo era mais difícil ainda?

Nino – Muito mais difícil e aquela bola naquela época era de couro, encharcada, ficava pesando quase um quilo e pouco, chute daquele lá pegava no peito seu, derruba.

Boteco – Quem estava no Corinthians na época?

Nino – O técnico chamava Rato. Aí jogamos uns 15 minutos, não dava para jogar porque a bola não andava. Então, o juiz parou, vamos esperar um pouco, entraram uns 30 negos com rodo e a gente olhando e os caras puxando a água e não vencia porque chovia, nego puxando a água com rodo e não saía disso. No fim, nem jogou mais, marcaram outra data. Aí perdemos, Noroeste ia ganhar lá do Corinthians? Difícil.

Boteco – Contra qual marcador você teve mais dificuldade?

Nino – O de Itapira, campeão do mundo, Bellini. Joguei com ele, no Morumbi, enfrentei o São Paulo. E o Bellini era daqui, até fiz amizade com ele. Bellini era brincadeira, subia de cabeça, puta de um tamanho.

Boteco – Valeu, Nino!

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