sábado, novembro 23, 2024
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Na Marciliano, clínica veterinária é interditada por irregularidades

A clínica veterinária São Lázaro, localizada à Rua Marciliano, na região central de Mogi Mirim, foi interditada, na tarde de sexta-feira, dia 3, em uma operação conjunta da Guarda Civil Municipal (GCM) com a equipe de Vigilância Sanitária e Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura.

Clínica veterinária São Lázaro fica localizada na Rua Marciliano, na região central de Mogi Mirim (Foto: Ana Paula Meneghetti)
Clínica São Lázaro, localizada à Rua Marciliano, foi lacrada na última sexta (Fotos: Ana Paula Meneghetti)

Segundo a GCM, denúncias davam conta de que o funcionário da clínica, com funcionamento 24 horas, se passava por veterinário, realizando, inclusive, procedimentos cirúrgicos nos animais dos clientes. Em sua página nas redes sociais, o jovem de 26 anos informa que atua como plantonista do estabelecimento.

Os guardas constataram que o funcionário não tem registro junto ao Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP). O órgão foi acionado e realizou vistoria no local. De acordo com os GCMs, o veterinário responsável pelo local não acompanhava as cirurgias. Oito cartelas de medicamentos vencidos e outros com prazo de validade suprimido também foram apreendidos.

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Interdição foi feita em ação da Guarda Municipal, Vigilância e Meio Ambiente

O jovem, que trabalhava sozinho durante o período noturno, alegou ser estagiário e cursar o 5º ano de Veterinária. Ele disse aos guardas que parou, por diversas vezes, mas retomou os estudos na área neste ano. A versão é contestada pelas vítimas, as quais afirmaram que o funcionário se apresenta como veterinário. Uma das testemunhas ainda relatou à polícia que recebeu um receituário manuscrito pelo jovem.

O documento não apresenta carimbo do profissional. Em fotos divulgadas pela GCM, o funcionário aparece operando um animal, ao lado de uma outra pessoa que não usa máscara, sem tomar, portanto, os devidos cuidados de assepsia. Em outra imagem, o jovem veste um jaleco no qual está grafado, antes do seu nome, a palavra Doutor abreviada.

Em entrevista ao O POPULAR, uma outra testemunha, Nayara Reis Souza, de 22 anos, contou que trabalhou por um dia na clínica. Ela disse que não tinha conhecimento que a clínica era 24 horas e ficou durante a madrugada cuidando de dois cachorros, apenas com orientações dadas pelo proprietário por meio de telefone.

Através do seu perfil, o funcionário ainda anunciou no grupo “Enjoei, troquei” um curso para auxiliar de veterinário, de 40 horas de duração e gratuito, que seria oferecido pela clínica. Conforme consta no anúncio, as inscrições poderiam ser feitas até 17 de março.

Cartelas com medicamentos vencidos foram apreendidas
Cartelas com medicamentos vencidos e prazo de validade suprimido também foram apreendidas pela GM

Desde o recebimento das denúncias, a GM passou três dias empenhada nas investigações. A ação, que contou com a participação de sete pessoas, começou por volta das 7h e terminou à tarde, com a clínica lacrada. Os quatro animais que estavam internados na clínica já foram entregues aos respectivos donos. O funcionário será investigado por exercício ilegal de profissão, delito previsto no artigo 47 da Lei das Contravenções Penais (LCP). Ele prestou depoimento e foi liberado.

Já o proprietário da São Lázaro, que não compareceu à delegacia por orientação dos advogados, pode perder o registro profissional, caso a ação movida pelo CRMV seja julgada procedente. Quanto à interdição do estabelecimento, o veterinário responsável terá dez dias para recorrer dos autos de infração. O recurso será avaliado pela Vigilância Sanitária.

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