Bons contatos para abrir portas e compartilhar conhecimento, domínio da linguagem de boleiro, determinação, carisma e sede de aprendizado são os ingredientes da receita de sucesso do preparador físico Fábio da Gama e Silva Guerreiro, o Fabinho, em sua trajetória no mundo da bola. Aos 28 anos, o mais jovem preparador físico do Paulistão já tem um currículo invejável e coroa o momento especial com a chegada do Ituano na final do Paulistão diante do Santos.
Se neste ano o Mogi Mirim fracassou após dois anos de sucesso no Paulistão, por outro lado a cidade estará representada por Fabinho, integrante da nova geração de uma família com tradição no esporte de Mogi. Fabinho é filho de Tubarão, ex-jogador do Mogi Mirim Esporte Clube, e sobrinho de Zirda, Zello e Tonicão, outros ex-Sapo. Os Irmãos Guerreiro marcaram época no futsal com o imbatível Panela, que ainda tinha o goleiro Xexa, tio de Fabinho. Por curiosidade, a maioria dos irmãos é santista. “O Zirda ligou para o meu pai feliz da vida, principalmente que a final é contra o Santos. Está todo mundo orgulhoso”, contou. “O Ituano vai ganhar do meu Santástico, com certeza. E vou torcer pro Ituano”, confessa Xexa.
Fabinho tem um carinho especial pelo Santos porque cursou Educação Física na cidade.
Pela tenra idade, desperta curiosidade em quem não conhece sua história, especialmente por não ter iniciado a carreira em Mogi. “Tem gente que fala: ‘o Fabinho tá lá’. Mas não veem que quando eu estava em Santos eu subia todo dia para São Caetano para fazer estágio. Nas minhas férias, fiquei fazendo estágio no Mogi, isso não veem”, comenta.
Portas abertas por Zurlo e evolução com Sbragia
O caminho de Fabinho foi aberto pelo preparador de goleiros Fernando Zurlo, ex-goleiro do Sapo, que o encaminhou para estágio de fisiologista no São Caetano. “Esse cara que me colocou no futebol”, agradece.
Depois do estágio, Fabinho passou a trabalhar para a Fedato Esportes, que gerenciava a fisiologia do São Caetano. Via Fedato, Fabinho fez avaliação física de árbitros da Federação Paulista e em clubes do Nordeste e integrou a comissão técnica da seleção brasileira de futsal nas Eliminatórias da Copa. Depois, se tornou fisiologista do Ituano. A primeira oportunidade como preparador foi dada pelo técnico Roberto Fonseca, que saiu do Ituano rumo ao CRB-AL e levou Fabinho. Por ser jovem, precisou ter voz de comando, mas hoje leva com tranquilidade, amadurecido e acostumado às malandragens do futebol. Em 2013, voltou ao Ituano como preparador, bancado pelo supervisor José Chimello. Em 2014, a evolução veio com a chegada de Anselmo Sbragia, preparador da seleção brasileira, que no Ituano é auxiliar de Doriva e coordenador de preparação. “Para mim foi excelente, ele vai para Copa, eu tenho ao lado um top. Estou aprendendo muito”, contou Fabinho, que considera Doriva um dos futuros grandes técnicos do país e ainda convive com o presidente Juninho.
O sonho é chegar à seleção e a um grande clube, o que pode estar próximo com a ascensão de Doriva. Antes quer o título paulista. “É difícil, mas me inspiro no Leto, nos caras do Carrossel, eles jogavam de igual para igual”, reverencia, recordando o time da cidade onde nasceu.
