Felipe Vidolin
Foi realizado essa semana um dos principais e talvez o mais importante julgamento pelo TSE. A pauta principal era a fraude, dinheiro ilegal e o marketing criminoso feito pela chapa Dilma-Temer para as eleições presidencias de 2014. Seja qual for o resultado decidido pelo TSE, havendo cassação ou não da chapa, nossa conjuntura irá continuar incerta, pois mais um novo atraso se instaurou em nosso processo de reabilitação. Entretanto, nossa economia não pode continuar em compasso de espera.
Por diversas vezes, já fui questionado se chegou a hora de comprar ações da empresa Petrobras, uma vez que seu ativo se encontra a um preço bem abaixo de seu valor normal de anos atrás.
Após toda crise instaurada na Petrobras de 3 anos atrás, somada à fragilidade momentânea do governo, o ativo se desvalorizou muito chegando ao custo unitário de R$ 13,00 nos dias atuais. Se realizarmos uma análise no histórico do valor do ativo, vemos que realmente seu preço está atrativo em comparação a anos atrás, uma vez que seu valor máximo atingiu cerca de R$ 50,00 em meados de 2008, ou seja, hoje podemos dizer que seu preço está mais de 75% abaixo de seu maior valor. Porém, vale a pena lembrar que no auge da crise política recente do país, uma ação da Petrobras chegou na casa dos R$ 5,00 em janeiro de 2016, queda de mais de 90% do seu maior valor.
A maior estatal e símbolo de nosso país foi massacrada com escândalos políticos e administrativos internos que arruinaram na confiança e prestígio e valor perante o mercado financeiro, isso explica a fuga dos acionistas até janeiro de 2016, quando a empresa chegou a seu menor valor de mercado da história. A partir daí, foi iniciada uma aparente retomada na confiança de investidores em aplicar seu dinheiro na Petrobras, a “casa” começou a ser organizada e, em maio de 2016, Pedro Parente assumiu a presidência da estatal. Ambos fatores fizeram com que a ação saísse de R$ 5,00 e chegasse a R$ 13,00 nos dias de hoje, aumento de mais de 150% em comparação a seu menor valor.
Há algumas semanas, foi divulgado o balanço da empresa. Para grande surpresa de analistas e acionistas, a empresa reverteu o prejuízo de cerca de R$ 1,25 bilhão registrado nos três primeiros meses do ano passado, em lucro de R$ 4,45 bilhões no primeiro trimestre de 2017. Pedro Parente, por sua vez, atribuiu o expressivo lucro a uma série de redução de gastos e um rigoroso controle de custos.
Portanto, a médio/ longo prazo, podemos destacar que a retomada na confiança em investir na Petrobras está sendo cada vez mais solidificada. Entretanto cabe lembrar que o preço da ação da Petrobras é diretamente proporcional à política internacional do preço do barril de petróleo e não apenas de assuntos políticos e internos da estatal. Analisando com otimismo os próximos meses, podemos dizer que seria interessante a compra de ativos da empresa, onde análises apontam que seu preço pode chegar a R$ 26,00 até o ano que vem, uma possível valorização de mais de 100% do valor atual.
Felipe Vidolin é pós-graduado em Engenharia de Telecomunicações e Investidor