sábado, novembro 23, 2024
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A história é um emaranhado que não permite único olhar

“Clarice. Uma vida que se conta”. Esse é o nome do livro da professora livre-docente da Universidade de São Paulo, Nádia Batella Gotlib, que já ministrou cursos de literatura portuguesa, brasileira e de estudos comparados de literaturas de língua portuguesa. Trata da biografia da autora Clarice Lispector, a ucraniana que se naturalizou brasileira, dizia-se pernambucana, e que foi uma autora de contos, romances e também jornalista. O livro, além de tratar da vida de Clarice, também faz críticas a sua obra e tudo mais. Bom, nessa mesma semana também conheci uma música chamada: Triste, Louca ou Má, da banda Francisco, El Hombre. Não conheço muito a banda, mas posso dizer que me surpreendi com a letra dessa música e também com o clipe, que pode ser visto no Youtube. Em um dos trechos, a música diz: “Um homem não te define, sua casa não te define, sua carne não te define. Você é seu próprio lar”. Com base em todas essas informações, fui criando links mentais. Adoro fazer as relações entre as coisas. Quando, ao olhar o final do livro da Clarice, também pude ler a seguinte mensagem do filósofo e escritor, Benedito Nunes, que dizia: “não se pode contar uma vida senão em múltiplas linhas que se cruzam, isto é, em muitas maneiras de narrar, em diferentes estilos – o da crônica, o das memórias, o dos fragmentos de experiência romanesca, o da ação dramática, seja simplesmente cômico, trágico ou tragicômico – que se entrançam”.
Com base em tudo isso, queria dizer para todos, mas, principalmente, para as mulheres sobre a importância de não se deixarem definir por aquilo que pensam ou dizem sobre você e sua atuação no mundo. Mulheres, somos muito mais do que qualquer rótulo que querem nos impor desde sempre. Nossa vida é repleta de acontecimentos e de experiências que nos levam a ser muito mais do que costumam nos taxar rotineiramente. Conforme dito acima, nossas experiências durante a vida se cruzam e vamos nos transformando. Não se deixem levar pelos rótulos de louca, má, triste, dona de casa, a que não presta, pálida, sem jeito, conservadora, etc. Só você sabe quem é! Só você tem acesso a suas experiências e sabe das suas dores, alegrias e transformações. A história de cada uma de nós, e de todos vamos dizer assim, é um emaranhado de situações que não permite um único olhar. Se te definem é porque não te conhecem a fundo. “Você é seu próprio lar”. Boa semana!

Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi. [email protected]

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