Fechando a série de artigos sobre os 50 anos do famoso “Mogi 70”, vamos de bola na rede? O que apresentamos aqui é baseado nos registros oficiais da Federação Paulista de Futebol (FPF) e também nas publicações do fluminense “Diário da Noite”. A tabela foi divulgada no dia 2 de julho. Foram reunidos 19 participantes, divididos em duas séries. Na “Primeira”, com 10 clubes, estava o Mogi Mirim Esporte Clube, que contava com rivais locais e outros de localidades mais distantes, como verão na sequência.
Já a “Segunda” tinha nove agremiações, sendo que apenas duas delas seguem na ativa: Sertãozinho e Olímpia. AA Epitaciana (de Presidente Epitácio), EC Rio Branco (Ibitinga), Guarani (Adamantina), CA Nevense (Neves Paulista), Santa Fé do Sul FC (Santa Fé do Sul) e EC Municipal (posteriormente chamado de EC Paraguaçuense – de Paraguaçu Paulista) não atuam mais.
A bola rolou em 12/7 e, como já contamos por aqui, na abertura do primeiro turno da primeira fase, o Sapo empatou em 0 a 0 com o já inativo EC Lemense, de Leme. Depois, em 19/7, empatou em 2 a 2, fora de casa, com o Rio Claro, que permanece em atividade. Na terceira rodada, em 26/7, no Estádio Vail Chaves, vitória por 1 a 0 sobre uma agremiação que há anos não atua profissionalmente, o Estrela de Piquete. No dia 2/8, empate fora de casa, por 1 a 1, com o tradicional, porém, agora paralisado, CA Pirassununguense.
Veio então um dos aguardados dérbis regionais e, no Vail Chaves, triunfo vermelho e branco por 1 a 0 sobre o antigo Grêmio Guaçuano. Já em Itapetininga, em 16/8, o Sapão fez 1 a 0 sobre o Derac, que não joga mais. A campanha seguia irresistível, com um novo 1 a 0, desta vez sobre o Alumínio (23/8), um 2 a 1 sobre a Santarritense (30/8) e um 2 a 0 sobre o Real Ituano (6/9). Estes três clubes não atuam mais em competições oficiais, sendo que o Real Esportivo Ituano não têm relação com o Ituano, bicampeão estadual.
Enfim, no segundo turno, a trajetória seguiu brilhante. Tudo bem que o recomeço não foi legal, com o único revés daquele ano, em um 2 a 1 diante do Lemense, em 13/9. Depois, no dia 20 do mesmo mês, o Sapo fez 2 a 0 sobre o Rio Claro, dando início a uma sequência de seis vitórias seguidas que ainda teve: 2 a 1, fora de casa, sobre o Estrela (27/9); 4 a 0, no Vail Chaves, diante do Pirassununguense (4/10); 2 a 1, no Camacho, sobre o Grêmio Guaçuano (11/10); 3 a 0 sobre o Derac, em Mogi (18/10) e 2 a 0 no Alumínio, longe de casa (25/10). A esta altura, os jornais, como o Diário da Noite, já tratavam o Sapão como campeão da “Primeira Série” da 2ª Divisão.
O que é de merecida festa.Este formato, mesmo que ainda com a luta pela conquista máxima em aberto, reunia sempre mais do que um vencedor por ano, fato que gerava motivação extra à primeira fase, coroava belas equipes e que não é má ideia para as atuais divisões de acesso. O Sapão deu sequência. Empatou sem gols com a Santarritense, em casa, em 1/11, e teve um triunfo por 3 a 2 sobre o Real Ituano, em 8/11, fora de casa. Na fase final, como campeão da sua série, enfrentou o segundo colocado do lado oposto.
Sem sucesso desta vez. No dia 24 de janeiro de 1971, na antiga Fonte Luminosa, estádio da Ferroviária e hoje uma moderna arena, enfrentou o Sertãozinho e perdeu por 1 a 0. No mesmo dia e local, o Rio Branco venceu a Santarritense por 2 a 1 e carimbou a vaga na decisão, quando venceu o Touro por 2 a 0, novamente em Araraquara. O desfecho não foi o desejado pelos nossos heróis, mas a semente plantada no retorno profissional daria frutos que ninguém daquele fantástico “Sapão 70” poderia imaginar.