
Sexta-feira, 6 de setembro. 7h30.
Danilo Zinetti protocola na Prefeitura sua carta de exoneração do cargo de secretário de Governo. No mesmo dia, o então homem-forte do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB) publica em O POPULAR os motivos de seu rompimento com a Administração.
“Eu chegava com projetos bons para a cidade no Gabinete do Prefeito, como nos primeiros anos, mas, ultimamente, não era mais levado em consideração”, disse. “Não estava conseguindo realizar o trabalho como gostaria”, acrescentou.
E, no mesmo dia também, provocado por O POPULAR se estava saindo do governo municipal para disputar a eleição majoritária ano que vem, Zinetti desconversou.
“Nunca me passou pela cabeça passar a perna nele”, afirma.
Mas revela que há uma determinação da executiva estadual do seu partido, o PSD, para disputar a eleição com candidato próprio para prefeito ano que vem.
Presidente do diretório municipal do PSD, Zinetti garante que ainda não há nome definido para lançamento de pré-candidatura à majoritária. Nem o dele próprio.
No informe publicado neste jornal, o agora ex-secretário de Governo de CNB conta que começou a perder espaço na Administração em fevereiro deste ano, quando o prefeito Carlos Nelson, segundo ele, decidiu disputar a reeleição em 2020.
“Fui proibido de dar entrevistas, de publicar o meu trabalho nas minhas redes sociais e até de aparecer em eventos promovidos pela própria Prefeitura”, conta.
Danilo Zinetti fecha o informe publicado em O POPULAR, na sexta passada, deixando como mensagem que vai pra luta, independente de ser ele ou não o candidato a prefeito do PSD.
“Volto agora com muito mais força e experiência para montar um novo grupo e ter a possibilidade de desempenhar todas as ideias e projetos que comecei.”
Incompatibilidade
Revelou Zinetti à reportagem também que, além de perder espaço no governo CNB, havia, ultimamente, incompatibilidade de ideias entre eles. Citou um caso em específico – a municipalização da coleta de lixo.
“Sou contra. Para mim é um retrocesso. Vão comprar cinco caminhões com 10 anos para pagar, sendo que em cinco anos já estarão sucateados. Além disso, vai ter que fazer processo seletivo para contratação de pessoal, entre outras despesas”, disparou.
Bacharel em direito e empresário, Danilo Zinetti disse que volta a se dedicar à sua empresa, uma vez afastado da vida pública. Por enquanto.
Pessiquelli vai acumular
Governo com Ouvidoria

Com a experiência acumulada na Ouvidoria Municipal, Edson Pessiquelli assumiu também o comando da Secretaria de Governo do Município, na terça-feira, 10. Ele acumulará as duas funções.
A Administração visa integrar os atendimentos feitos pela Ouvidoria aos projetos em prol do desenvolvimento da cidade. É com este objetivo que Pessiquelli planeja atender as solicitações do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB).
“Já tenho trabalhado continuamente na Ouvidoria, o que permitiu conhecer ainda mais as necessidades do município. Com isso, ao atender a determinação do prefeito, vou unir esses dados aos projetos já iniciados pelo governo”, destacou.
Edson Pessiquelli também integrou a equipe de governo do prefeito Carlos Nelson nos dois mandatos anteriores, entre os anos de 2005 e 2012.
Boa Sorte
Sobre o pedido de exoneração de Danilo Zinetti, CNB apenas desejou boa sorte ao ex-secretário, sem polemizar. Veja a nota da assessoria de imprensa:
“O prefeito Carlos Nelson Bueno agradece o empenho e trabalho de Danilo Zinetti enquanto esteve à frente da Secretaria de Governo nos últimos 2 anos e 9 meses, período no qual contribuiu para o desenvolvimento do município. O prefeito deseja-lhe boa sorte nessa nova etapa.”
Magalhães diz que PSD
segue na base governista


Fora do governo municipal, Danilo Zinetti afirmou ao O POPULAR que o PSD, do qual é presidente, também deixa a base governista, passando para uma posição independente.
“O partido não faz mais parte da base do governo”, acentuou.
Essa decisão, porém, não está alinhada com os vereadores do social democrata, Orivaldo Magalhães e Jorge Setoguchi.
“Eu e o Jorge continuamos sendo base do governo e eu continuo sendo líder do governo na Câmara. Apoio 100% Carlos Nelson Bueno”, disparou Magalhães. “O que for bom para a cidade terá nosso apoio, o que for ruim votaremos desfavoravelmente”, acrescentou Setoguchi.
A declaração pode soar como um ato de infidelidade partidária.
“Essa é uma questão que será discutida com a executiva estadual do PSD. Provavelmente poderá haver consequências se os vereadores continuarem na base do governo”, disse.
Uma consequência possível poderá ser a expulsão dos parlamentares por infidelidade partidária.
O vereador Magalhães não acredita que isso possa acontecer. Mas se chegar a esse ponto, ele avalia que seria um tiro no pé do partido.
Isso porque ele e Setoguchi são os dois maiores puxadores de votos da legenda. Juntos tiveram 1.180 votos, mais da metade do total de votos do PSD nas eleições municipais de 2016.