sábado, novembro 23, 2024
INICIALOpiniãoEditorialO alto preço da camaradagem

O alto preço da camaradagem

Desde o princípio, o governo de Gustavo Stupp (PDT) declara situação de crise. Logo quando assumiu, o prefeito disse ter encontrado o Município com recursos escassos. Nesses três anos de mandato, não foram poucas as notícias sobre novas nomeações ou mudanças na reestruturação de cargos e secretarias.

Tal crise, que sem dúvida reflete também o atual momento financeiro e econômico do Brasil, é, antes de tudo, o resultado de uma administração pouco eficiente, que pareceu levar mais em conta a camaradagem com seus comissionados do que o próprio dever com o Poder Público.

Na última sexta-feira, durante coletiva de imprensa sobre a redução do quadro de funcionários, Stupp afirmou: “neste momento a sociedade espera mais responsabilidade do que camaradagem”. Tanto o prefeito quanto a sua equipe de governo devem ser responsáveis sempre, em quaisquer circunstâncias, seja em tempos de bonança ou de dificuldades financeiras. Isso é o mínimo que os munícipes esperam.

Desde fevereiro, quando o prefeito decidiu suspender os eventos de Carnaval, o cenário financeiro já dava indícios de retração. Então, por que as medidas mais severas para conter a crise só foram tomadas agora, quase ao fim de sua gestão?

Só recentemente a Prefeitura adotou uma serie de medidas – algumas até questionáveis – para conter gastos. Primeiro, publicou um decreto pedindo economia em contas de água, telefone, energia e no uso de ar-condicionado e ventiladores, depois cancelou os desfiles cívicos e, em seguida, anunciou a redução do expediente para seis horas de trabalho.

A mais severa delas, que já deveria ter sido providenciada há tempos, foi o corte de 35 cargos, entre secretários municipais, comissionados e outros de funções gratificadas (FG), no caso, servidores de carreira. De 74, o número de comissionados, incluindo os secretários, caiu para 38.

O objetivo, segundo a Prefeitura, é garantir, sobretudo, o pagamento do 13º salário dos servidores. Contudo, em uma boa administração a questão salarial nem estaria em jogo. É dever básico pagar corretamente os funcionários.

Além dos cortes, o prefeito também anunciou a redução do salário em 20%. Se fosse levado em conta o mérito do seu desempenho até o momento, Stupp deveria abrir mão de 50% do que ganha, no mínimo. Até mesmo porque se ele fosse executivo de uma empresa, já teria sido demitido.

O coleguismo entre os membros do governo pareceu ter tomado proporções exageradas. Tudo indica que esses gastos “camaradas” dificultaram ainda mais o cenário de investimentos em prol da própria cidade. Mogi Mirim já está pagando caro.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments