terça-feira, novembro 19, 2024
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O Amor é um Jardim

Quero começar a coluna de hoje, com uma parte da peça de teatro de Willian Shakespeare, HAMLET, em que Polônio, Pai de Laertes, lhe dá alguns conselhos. Estes tão atuais que nem parecem que foram escritos entre 1599 e 1601.

“LAERTES: Não se preocupe comigo.
Mas já me demorei muito. E aí vem meu pai. (Entra Polônio.)
Uma dupla bênção é uma dupla graça.
Feliz por despedir-me duas vezes.
POLÔNIO: Ainda aqui, Laertes! Já devia estar no navio, que diabo!
O vento já sopra na proa de teu barco;
Só esperam por ti. Vai, com a minha bênção, vai!
(Polônio coloca a mão na cabeça de Laertes)
E trata de guardar estes poucos preceitos:
– Não dá voz ao que pensares, nem transforma em ação um pensamento tolo;
– Sejas amistoso, sim, jamais vulgar;
– Os amigos que tenhas já postos à prova, prende-os na tua alma com grampos de aço, mas não caleja a mão festejando qualquer galinho implume mal saído do ovo;
– Procura não entrar em nenhuma briga, mas, entrando, encurrala o medo no inimigo;
– Presta ouvido a muitos, tua voz a poucos;
– Acolhe a opinião de todos – mas você decide;
– Usa roupas tão caras quanto tua bolsa permitir, mas nada de extravagâncias – ricas, mas não pomposas; o hábito revela o homem, e, na França, as pessoas de poder ou posição, se mostram distintas e generosas pelas roupas que vestem;
– Não empreste nem peça emprestado, quem empresta perde o amigo e o dinheiro, quem pede emprestado, já perdeu o controle de sua economia;
– E, sobretudo, isto: sê fiel a ti mesmo, e jamais serás falso pra ninguém.
POLÔNIO: Adeus! Que minha bênção faça estes conselhos frutificarem em ti.
LAERTES: Com toda a humildade, eu me despeço, pai.
POLÔNIO: Vai – que o tempo foge. Teus criados esperam”.

O respeito é algo que aprendemos ao logo da vida. Quando jovens, nem sabemos direito o que esta simples palavra representa e queremos apenas desbravar e vencer na vida a qualquer custo, ser reconhecido e não ter limites. No entanto, a vida cobrará no futuro nossas atitudes desrespeitosas para com os outros, mas, ainda mais, para com a gente mesmo.

Amar não é tesão ou paixão, é mais do que isso. É respeitar o outro, suas atitudes, limitando-se a aceitar ou não o que o outro me dá como tratamento, por isso sempre digo que, o “amar”, o “respeitar”, é uma decisão, não um sentimento.

Amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem: arranque o que te faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Mas esteja preparado, porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim.

Ame seu par, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê-lhe afeto e ternura, admire-o e compreenda-o. Isso é tudo. Ame!

Beijo no coração!

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