sábado, novembro 23, 2024
INICIAL☆ Destaque 2A temporada dourada de 2014 do preparador Fabinho Guerreiro

A temporada dourada de 2014 do preparador Fabinho Guerreiro

Em um ano com os quatro grandes clubes paulistas fora da Taça Libertadores e concentrados no Estadual, o título do Paulistão foi arrebatado pelo pequeno Ituano. No mesmo 2014, o Brasil interrompeu um jejum de mais de cinco anos sem vencer os Estados Unidos no futebol feminino. Em 36 partidas contra a potência norte-americana, atual campeã olímpica, a seleção havia vencido apenas três. Em comum, Ituano e Brasil apresentavam um personagem com perfil de iluminado: o preparador físico Fábio Guerreiro, o Fabinho. O ano de 2014 lhe rendeu três ouros. Além do título paulista, foi o responsável pela preparação da seleção feminina campeã da Copa América e vencedora do Torneio de Brasília.

O ano de 2014 surpreendeu o próprio preparador. “Se você falasse para mim em janeiro do ano passado que eu ia ser campeão paulista e trabalhar na seleção feminina com a Marta e a Formiga, eu ia falar que era mentira”, comentou.

Por Ituano e seleção feminina, Fabinho levou 3 ouros: Torneio de Brasília, Paulistão e Copa América. (Foto: Diego Ortiz)
Por Ituano e seleção feminina, Fabinho levou 3 ouros: Torneio de Brasília, Paulistão e Copa América. (Foto: Diego Ortiz)

As conquistas, na visão de Fabinho, têm certa dose de sorte. “Toda pessoa no esporte, além do trabalho, da competência e do suor, tem que ser um pouco iluminado. Deus me abençoou muito em 2014”, analisou.

As vitórias surpreendentes motivam brincadeiras de amigos. “Falam que eu tinha que ficar no banco do time do coração deles para serem campeões”, contou.

Por outro lado, Fabinho lembra que passou por momentos difíceis antes da fase dourada. “Morei sozinho em Alagoas (época de CRB), sem conhecer nada. Fiz avaliação no Brasil todo (de arbitragem para a Federação Paulista de Futebol). A gente colhe o fruto que plantou, às vezes rápido como foi comigo”, comentou, lembrando ainda dos sacrifícios aos finais de semana. “A gente fica um período confinado, sem poder tomar a velha cervejinha de fim de semana”, brincou.

 Futuro

O preparador recebeu sondagens de alguns clubes e houve especulações de uma ida ao Vasco, com a contratação de Doriva, com quem trabalhou no Ituano, mas não há como conciliar o trabalho com a seleção, fator que o fez deixar o time de Itu.

O preparador garante não se deixar deslumbrar pelo momento áureo. “Da mesma maneira que o futebol te dá tudo, ele também pode te tirar tudo”, frisou.

Por outro lado, ambiciona chegar a um time grande e à seleção masculina, além de atuar fora do país. Os objetivos mais imediatos são as conquistas da Copa do Mundo e o ouro olímpico com a seleção feminina. O histórico de conquistas em uma carreira de sucesso meteórico para um jovem de 28 anos credencia Fabinho a não duvidar de sonhos aparentemente distantes. A julgar pelo passado, como duvidar das chances de um futuro ainda mais dourado?

Após superar potência, novo projeto é seleção permanente

A conquista do Torneio de Brasília, em dezembro, teve como fator especial a superação dos Estados Unidos, com direito a uma vitória por 3 a 2 na primeira fase e a um empate na decisão. A rivalidade foi grande. “As jogadoras antes dos jogos nem se olham, não se bicam”, conta Fabinho.

Seleção festejou, em Brasília, com direito à quebra de jejum. (Foto: Arquivo Pessoal)
Seleção festejou, em Brasília, com direito à quebra de jejum. (Foto: Arquivo Pessoal)

O segredo do título para Fabinho foi a adesão do grupo aos pensamentos do técnico Vadão. A evolução é mais esperada agora, com a criação da seleção permanente, que funcionará como um clube. As atletas serão remuneradas. Apenas algumas jogadoras, como Marta, não devem participar, se juntando ao grupo nas competições. O trabalho começa no dia 26.

A próxima competição será em março, no Torneio de Algarve, em Portugal. Em abril, haverá amistosos contra Alemanha e Inglaterra. Os próximos objetivos são a Copa do Mundo, no Canadá, em junho, e as Olimpíadas de 2016. Após a Copa, há o Pan-Americano no Canadá. As seleções consideradas mais fortes são Estados Unidos, Alemanha, Japão e França, com o Brasil correndo por fora. “Sempre temos que pensar em título”, avisou Fabinho.

Amizade e admiração no convívio com a craque Marta

Em Brasília, Fabinho teve a experiência de comandar o físico da craque Marta, com quem teve uma boa relação desde o início em virtude da amizade em comum com Aloísio Chulapa. “Ele falou para ela: cuida do meu garoto lá, que ele vale ouro. Ela é sensacional”, destacou Fabinho.

O preparador lembra que no início havia um receio de como um ícone iria reagir com a comissão e o grupo. “A Marta só deixou a gente contente, não gosta de perder nem no par ou ímpar e é muito humilde. É tecnicamente muito acima, fisicamente vamos tentar dar um up na performance”, comentou.

Marta, Andressa, Fabinho Guerreiro e Formiga no vestiário. (Foto: Arquivo Pessoal)
Marta, Andressa, Fabinho Guerreiro e Formiga no vestiário. (Foto: Arquivo Pessoal)

Marta acabou surpreendendo ao dançar a música Catchaculé, do grupo Aloê, de Mogi Mirim, na comemoração do terceiro gol na virada contra os Estados Unidos. Tudo começou quando Fabinho mostrou a música a Maurine, que apresentou a Marta, antes de um jogo contra a Argentina. “A gente foi escutando no ônibus, virou febre”, recordou.

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