sábado, novembro 23, 2024
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O ano não começa bem

Se 2017 começou com a perspectiva por novos tempos para Mogi Mirim, nos âmbitos político, administrativo e, sobretudo, ético e moral, após o desastre idealizado por Gustavo Stupp e sua trupe de 2013 a 2016, o segundo ano de gestão de Carlos Nelson Bueno à frente da Prefeitura se inicia com o sinal de alerta ligado. Após bons primeiros meses no ano passado, o jogo começou a virar e, ao que tudo indica, 2018 promete ser um ano ainda mais difícil. O descontentamento da população com o serviço exercido pelo Poder Público é evidente.

De fato, os percalços não cessam. Após colocar ordem na casa no início da gestão, a Prefeitura vem patinando em serviços básicos essenciais. Os buracos nas ruas, antes tapados, já surgem novamente com força em diversos pontos. Caiu com uma bomba na cidade a notícia de que um reeducando de 28 anos do Centro de Ressocialização foi acusado de roubar uma farmácia no Centro da cidade, reacendendo a polêmica após a decisão da Prefeitura em por fim ao contrato com a Cidade Brasil e optar pelo convênio com o CR, visando dar fôlego aos cofres públicos.

A dedicação com a limpeza já não é vista como antes. Até a coleta de lixo ficou suspensa neste início de ano. Entulhos estão por todos os lados. Moradores de rua voltaram a dominar calçadas, portas de lojas e bancos de praças. O mato cresce em espaços públicos. Os tributos caem literalmente do céu, como o IPTU Complementar, que embora justo, veio sem aviso e um trabalho de conscientização à população. A lista é extensa.

A Secretaria de Finanças, que merece elogios pelo intenso trabalho de redução de gastos, encontra dificuldades em informar a população qual o sentido de alugar salas comerciais em um imóvel na Avenida Pedro Botesi para o gabinete do prefeito e secretarias municipais, deixando o antigo gabinete no Paço Municipal desativado, e ainda por cima não conseguir fazer a Câmara Municipal sair de sua sede administrativa, o popular Palácio de Cristal, que já consumiu, em mais de dois anos, valor superior a R$ 640 mil de aluguel.

O funcionalismo agoniza, sem condições ideais de trabalho e sem reajuste. Até a revisão de salários foi promovida, o que desmotiva e enfurece inúmeros servidores. O prefeito já perdeu o funcionalismo. A pilha de adversidades não para. São problemas que arranham a imagem da Administração Municipal e, que se somados, aumentam a bola de neve do temor e da desconfiança.

A Prefeitura precisa apresentar uma resposta e contornar a reação contrária da população, que já não mostra o apoio do início neste momento, o mais rápido possível. Não se pode negar a dificuldade na resolução de todos os problemas, o trabalho vem sendo exercido, mas está longe do que o mogimiriano espera. Não existe espaço para erros. Pedir calma, buscar culpados ou lamentar não será o melhor caminho a ser seguido. Não mesmo.

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