sábado, novembro 23, 2024
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O aparelho que auxilia cirurgias cerebrais com menor invasão

Cirurgias cerebrais possuem alto risco, pois, além da região ser sensível, qualquer mínimo equívoco pode causar lesões graves advindas do procedimento. Para auxiliar os neurocirurgiões em casos delicados, há um aparelho inovador que permite uma prática ainda pouco conhecida pelos pacientes e o público em geral. O moderno neuronavegador, presente, por exemplo, no Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, pode contribuir com a precisão de movimentos no corpo do paciente em tempo real e evitar diversas complicações.

O aparelho consiste em um software que consegue unir a imagem da ressonância magnética realizada antes do procedimento e a anatomia do paciente em tempo real, por meio de um apontador que sinaliza o local do cérebro a ser manipulado. O doutor Gleidson Campos Rodrigues, neurocirurgião que já utilizou o aparelho em cirurgias complexas no Hospital São Francisco, explica como é a prática do aparelho.

“Costumo dizer aos meus pacientes, de forma simplista, que o neuronavegador funciona como o GPS de um carro, mostrando onde ele está baseado na medida em que nos deslocamos, tudo isso em tempo real”.

Ainda segundo Rodrigues, “a tecnologia é inovadora, pois, permite uma menor manipulação do tecido cerebral, minimizando as possíveis lesões, causando menor perda sanguínea, menores incisões e, consequentemente, diminuindo o tempo cirúrgico, contribuindo para procedimentos mais seguros”.

A precisão de localização faz com que a cirurgia seja mais rápida, trazendo inúmeros benefícios, pois, quanto mais tempo na mesa de cirurgia, mais perda sanguínea e mais riscos de lesões posteriores o paciente fica exposto. “Lesões diminutas e profundas podem ser difíceis de serem encontradas, causando uma maior manipulação de tecido cerebral saudável e consequente aumento dos riscos de déficits neurológicos”, explica o médico.

A tecnologia pode auxiliar procedimentos de retirada de tumores cerebrais, malformações e cirurgias funcionais como, por exemplo, a retirada de focos de epilepsia ou biópsias. O neurocirurgião aponta que podem contribuir principalmente em tumores próximos a regiões eloquentes, em lesões pequenas profundas ou locais de difícil acesso.

Outro benefício é uma consequente recuperação rápida do paciente, já que a lesão tecidual e o tempo cirúrgico são menores. O paciente costuma ficar menos tempo em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou na enfermaria. O aparelho inovador é mais difundido em outros países, mas cresce no Brasil, contribuindo em diversos casos complicados de cirurgias cerebrais.

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