Mogi Mirim sofreu nos últimos anos com uma administração incompetente para realizar trabalhos básicos. O ex-prefeito Gustavo Stupp se pautou por uma gestão que fez lembrar a parábola do bode na sala, embora de forma não planejada. Na parábola do bode na sala, um homem enfrentava o sofrimento em seu seio familiar, com um lar dominado por desavenças, esposa descontente e tristeza espalhada pelos cantos.
Ao desabafar o caso para um amigo sábio, recebeu o conselho que a solução seria colocar um bode na sala. Apesar de considerar a medida inusitada e sem entender como algo tão bizarro poderia resolver seu problema, o atordoado homem resolveu seguir o conselho do amigo sábio. A situação da residência, que já era ruim, ficou ainda pior. Além de ocupar espaço na sala, o animal sujava a residência fazendo suas necessidades e ainda exalava um cheiro horrível.
Diante do cenário desastroso, o pai de família resolveu tirar o bode da residência. Os problemas acabaram, os ânimos se acalmaram e a paz voltou ao lar, como nunca antes visto. O que era motivo de discussão e desunião se tornou tão pequeno que a harmonia voltou a imperar. A solução, portanto, foi tornar o cenário horrível para com uma simples medida tudo parecer maravilhoso.
Transferindo a parábola para a realidade de Mogi, pode se considerar Stupp como uma espécie de bode que saiu da sala. Ou em outra forma de interpretação que o ex-prefeito conseguiu espalhar inúmeros bodes pela cidade. O fato é que a saída de Stupp gerou um alívio para os mogimirianos, um sentimento de alegria quase generalizado como talvez nunca tenha sido visto na história do município. A despedida de um governo desastroso acalmou o coração do povo.
A situação chegou a tal ponto de qualquer simples medida básica dentro do sistema público, como colocar um semáforo para funcionar ou cortar o mato, tomada pela nova Administração, já ser hoje comemorada como um grande feito. A parábola fica ainda mais próxima de Mogi se for lembrado que o “bode Stupp” foi colocado na cidade graças ao período decadente do governo Carlos Nelson em 2012. Descontente com o hoje prefeito, a cidade elegeu o bode como salvador da pátria.
Carlos Nelson não conseguiu fazer sucessor e sua popularidade era tão baixa que nem mesmo Flávia Rossi buscou atrelar sua imagem ao tucano na campanha contra Stupp. Com o bode tirado da sala, a cidade sentiu que o governo Carlos Nelson não era tão ruim assim e retomou as lembranças da lua de mel do primeiro mandato, quando Bueno conduziu a cidade com muita competência. Passado o período de alívio com a saída do bode, a cidade deve esperar que Mogi possa ter um governo muito além do cumprimento das obrigações básicas.
