O nome dele não é Papai Noel. Ele se chama Sebastião Henrique, um aposentado da Vila Bianchi que, por iniciativa própria, montou uma pequena e simples árvore de Natal, no antigo chafariz da Praça Rui Barbosa, hoje local desativado e abandonado. A nobre atitude de Seo Sebastião é um exemplo em tempos de tantos discursos e poucas ações.
Com aproximadamente R$ 50, dinheiro que arrecadou com a colaboração de comerciantes da região central, ele conseguiu levar um pouco de luz para a praça. A ideia surgiu na última quarta-feira e, logo depois, a árvore estava lá, dando um respiro de vida à Rui Barbosa.
O dinheiro serviu para a compra de bola, algodões coloridos e demais enfeites. O galho seco foi pego em uma área próxima ao Complexo Esportivo José Geraldo Franco Ortiz, o Lavapés. A base, uma lata de tinta cheia de areia e enrolada em um papel, dá sustentação ao galho.
A boa vontade do aposentado é digna de ser reconhecida. Afinal, críticas não faltaram para a falta de decoração natalina e, no entanto, ninguém teve a ideia, ou disposição, de fazer algo em prol da praça. A começar pela própria Prefeitura que, embora tivesse o dever de decorar os espaços públicos para uma das datas mais aguardadas pelo comércio e população, tampouco se importou, fazendo aquilo que melhor sabe: cruzar os braços.
Recentemente, O POPULAR também trouxe uma reportagem, publicada no caderno de Cultura, com Ursulina Tomás, uma senhorinha que há 30 anos abre as portas de sua casa para a população. Desde o dia 1° de dezembro, mais de 500 pessoas já passaram pela residência, no Jardim Lago, para conferir a decoração de Natal feita com materiais recicláveis e produtos de doações.
A exposição, aberta e gratuita ao público até o dia 6 de janeiro, começou a ser montada, com todo zelo e carinho, ainda em abril deste ano. Ursulina é outro exemplo de que é possível transformar um cenário desfavorável, basta criatividade e bom ânimo. O Poder Público deveria, no mínimo, se envergonhar por sequer conseguir montar uma árvore de Natal. E a falta de verba não é desculpa suficiente, já que esses dois cidadãos provaram, com atitudes práticas, exatamente o oposto.
A decoração não precisaria ser luxuosa, poderia ser algo simples, desde que houvesse, pelo menos, a intenção de não deixar a data passar em branco. No entanto, tratando-se da gestão Gustavo Stupp (PDT), que desmoralizou a cidade nesses quatro anos, é esperar muita nobreza onde só imperou a mediocridade. Que em 2017 a palavra de ordem seja boa vontade.