Com uma política atual marcada pelas ambições pessoais sobressaindo diante das coletivas, jogo de interesse e uma série de escândalos capaz de deixar o mais tranquilo dos brasileiros boquiaberto, o cenário político em todo o Brasil preocupa e, acima de tudo, coloca um ponto de interrogação no futuro no país. Não se trata apenas de situações recorrentes e que invadiram a política atual, com casos de corrupção, pagamento de propina, evasão de divisas, entre outros, os mais recentes vistos na Operação Lava Jato, mas sim da descrença e falta de esperança de melhora. O brasileiro hoje parece olhar adiante com temeridade e sem a mínima perspectiva de novos ares.
Vindo para a realidade local, em Mogi Mirim essa descrença se alastrou pela cidade há algum tempo e parece que precisará de uma boa dose de confiança e auto-estima para ser superada. Em uma Administração Municipal que nem de longe corresponde com boa parte da expectativa criada em torno dela, significativa parcela dos mogimirianos mostra uma desilusão seguida de revolta com os rumos tomados pela cidade, aquém do que se propôs e daquilo que o munícipe esperava.
Com mais de dois anos e meio de governo Gustavo Stupp (PDT) cumpridos e há pouco mais de um ano para as eleições, que elegerá a novo plenário Legislativo, prefeito e vice, a corrida eleitoral começa a ganhar corpo e, no momento caminha para uma disputa composta por novos candidatos, mas que ao longo do caminho, pode ganhar a companhia de velhos nomes da política municipal.
Após Osvaldo Quaglio (PSDB) e Cinoe Duzo (PSD) se lançarem pré-candidatos a prefeito, o nome de Carlos Nelson Bueno (sem partido) foi ventilado como possível candidato, tese afastada por ele próprio em entrevista na última semana, quando declarou ajuda a candidatura de Quaglio. Há quem diga que tudo não passa de encenação, o que só será comprovado no ano que vem. Mas chama a atenção o fato de um político que saiu da Prefeitura pela porta dos fundos e com relação estremecida junto ao eleitor, volte a ser lembrado e desejado na mesma cidade em que estava em baixa. Até mesmo o nome de Rivaldo foi falado.
O fato é que a imagem e o trabalho realizado pela atual Administração, de tão negativa e sem rumo, abriu espaço para que nomes do passado e outros pouco comentados para o cargo mais alto do Poder Público surgissem neste cenário. Não bastasse o descrédito com a política nacional como um todo, o conjunto da obra pode oferecer um quadro de surpresas. Bom ou ruim só o tempo irá dizer.