Não é exclusividade de Mogi Mirim, está espalhado por capitais e cidades interioranas por todo o Brasil, mas mesmo sendo algo simples de resolver parece se tornar tarefa difícil e ingrata na mão dos responsáveis pela gestão pública. Caracterizados muitas vezes por serem pontos de encontros entre famílias e locais de passagem de inúmeros munícipes quase que diariamente, espaços públicos, como praças e áreas de lazer estão jogados para escanteio e parecem ‘enxergar’ de binóculo uma solução.
Em Mogi a situação atual não foge deste quadro.
A impressão é de que o problema parece nunca ter fim está longe de conseguir ser resolvido. Reportagem veiculada nesta edição mostra a situação de espaços públicos municipais, que desde sua criação, têm como razão oferecer lazer, diversão e desenvolvimento à população, por meio do esporte, de brincadeiras ou simplesmente pela vontade de cada cidadão. Só que isso parece estar tomando outro rumo e distante do real objetivo.
Embora a Prefeitura mereça elogios por em diversas praças realizar nas últimas semanas o corte da grama, algo tão cobrado e requisitado pelos munícipes, e que ganha ainda mais importância na atual conjuntura devido à eliminação de focos de doenças como a dengue e outros tipos de problemas, as imagens acima do solo são desoladoras. Brinquedos infantis que poderiam servir de instrumento para diversão e lazer de crianças e adolescentes estão em total estado de abandono, cercado pela falta de manutenção. Quadras poliesportivas não oferecem condições mínimas de uso, com uma infraestrutura antiga e defasada, mostrando total descaso. Como incentivar a descoberta de novos talentos em locais que mais parecem ferros velhos do que ambientes esportivos?
O mais surreal é que mesmo diante de tudo isso, quem realmente usufrui destes espaços, em muitas ocasiões e vendo a falta de opções, acaba utilizando essas dependências. Parece que há um certo conformismo daqueles que deveriam cobrar do Poder Público uma melhor condição, escancarando a falta de confiança e distanciando o elo entre o munícipe e a Administração.
Mogi Mirim possui atualmente profissionais que cientes da situação possuem o desejo de mudar radicalmente a paisagem vista nestes locais, mas diante da falta de dinheiro ficam de mãos atadas e impossibilitados de promover qualquer tipo de melhoria.
O problema atinge várias esferas. É necessária uma soma de esforços para que haja uma regularidade na situação das praças e outros espaços públicos. A Administração tem a responsabilidade de preservar e manter os locais, mas a população necessita exercer uma cobrança contumaz, com uma verdadeira união da comunidade e não apenas movimentos isolados. Essa é uma das poucas alternativas que ainda restam.
