Novembro já caminha para sua segunda semana e, com ela, o fim das sessões ordinárias na sede da Câmara Municipal se aproxima. Após 10 meses de trabalhos, que terão duração até dezembro, 2018 se encerrará de forma atípica e com direito a uma sessão de extrema importância para o futuro da Casa de Leis. Na manhã de sábado, dia 15 de dezembro, os 17 vereadores se encontrarão pela última vez no ano para a eleição do novo presidente do Poder Legislativo, que assumirá a cadeira hoje ocupada por Jorge Setoguchi (PSD), até dezembro de 2019, marcando o fim da atual legislatura. E, o novo “chefe” da Casa de Leis não terá vida fácil pelos próximos 24 meses. Longe disso.
Não é novidade para ninguém que a imagem do Poder Legislativo, arranhada de forma voraz na legislatura de 2013 a 2016, no que ficou conhecida como a “Bancada do Amém”, grupo de vereadores situacionistas ao governo do ex-prefeito Gustavo Stupp e responsável pela aprovação de projetos duvidosos, tendenciosos e atitudes intempestivas, no caminho contrário aos anseios da população, marcou uma nova época na Câmara mogimiriana. A composição sucessora, a atual, sofre com os resquícios de um trabalho inócuo e tenebroso de nove vereadores. Entretanto, perante boa parte da população, o que ficou lá atrás ainda deve persistir por longos anos.
É fácil encontrar munícipes que dão de ombros para o trabalho dos vereadores, acreditam que os 17 edis pouco oferecem de bom e produtivo aos mogimirianos e não escondem a frustração por políticos que, para boa parte deles, olham para o próprio umbigo. De fato, não se pode ignorar o pensamento, mas generalizá-lo soa como irresponsabilidade.
É aí que o próximo presidente necessita trabalhar com afinco. Embora existam vereadores bons e ruins, é hora de transmitir ao povo que o trabalho na Casa de Leis envolve muito mais do que ocupar uma cadeira no plenário nas noites de segunda-feira, durante as sessões. Se a maioria dos vereadores enche a boca para rebater as críticas e discordar do pensamento, deve apresentar, de forma clara, todas as ações de cada edil, os pontos positivos para seus eleitores e o restante dos cidadãos.
O exemplo precisa vir de dentro para fora e a exposição do trabalho e da imagem da Câmara como um todo torna-se primordial em um momento onde a classe política transmite extrema desconfiança ao brasileiro. Em Mogi Mirim, por conta do passado, isso é ainda mais latente.
É claro, existem prioridades pelos próximos dois anos, como a saída do Palácio, a fiscalização dos atos da Prefeitura, a votação de projetos de lei e a elaboração de propostas benéficas à população. Mas, a impressão de cada mogimiriano perante os 17 vereadores passa por um trabalho de resgate. O respeito e o reconhecimento são vitais neste processo de reconstrução.