Gustavo Stupp não está mais à frente da Prefeitura. No entanto, a população de Mogi Mirim começou a colher os frutos, bem amargos, por sinal, da má administração do ex-prefeito. As consequências, conforme já havia previsto Carlos Nelson Bueno (PSDB), devem tirar o sono de muitos munícipes, interferindo e afetando a vida de cada um, por mais uns 15 anos, pelo menos.
Na última semana, a Administração Municipal anunciou a suspensão, por 90 dias, da Tarifa Social, uma das principais bandeiras de campanha de Stupp. O projeto, assim como a Feira Noturna, foi uma das poucas interessantes ideias do governo antecessor.
Mas, a grande ironia dessa história é que a irresponsabilidade do próprio autor do programa acabou com o benefício, ainda que temporariamente. Isso porque, além da falta de verba e das dívidas acumuladas nos últimos quatro anos, o ex-prefeito não deixou recursos empenhados para quitar os meses em débito, ainda referente a 2016, com Viação Santa Cruz, empresa responsável pelo transporte coletivo urbano.
É dever do Governo Municipal deixar a quantia necessária em caixa para a quitação das contas. Quando isso não acontece, o artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é infringido. Ainda não há garantia de que a Tarifa Social volte a ser disponibilizada à população justamente pela crise financeira que atravessa a cidade.
A expectativa é que, nesses três meses de suspensão, o Poder Público corrija as falhas e coloque a “casa em ordem”, processo que inevitavelmente atinge a população do município. Em enquete realizada pelo jornal O POPULAR, 85% dos internautas já responderam não acreditar na volta da Tarifa Social.
Para piorar todo o cenário, há vereadores desinformando a população durante discursos, sem qualquer fundamento, na tribuna livre e nas redes sociais. São aqueles do contra, que não votam a favor de um projeto simplesmente por birra, os quais não fazem por merecer os votos que receberam nas urnas. Samuel Cavalcante (PR) é um desses parlamentares. Para quem não se recorda, ele mesmo atuou junto ao governo Stupp, que acabou por afundar Mogi Mirim.
Na terça-feira, em uma postagem na internet, Cavalcante falou a respeito da suspensão da Tarifa Social, em tom de crítica e de ofensas baratas, porém não explicou aos seus seguidores os reais motivos desse corte. Um vereador custa cerca de R$ 50 mil para os cofres públicos. Transparência e imparcialidade são, no mínimo, as qualidades que se espera de um Legislativo sério. Não é hora de jogar dinheiro no lixo.