Considerada uma ferramenta capaz de formar o cidadão e colaborar com o desenvolvimento de uma sociedade, o esporte é bandeira cada vez mais utilizada por governos federal, estadual e municipal. A ideia de levar ao cidadão de determinada comunidade, bairro ou cidade a perspectiva de uma vida melhor, longe de problemas sociais e com opções que colaborem para sua formação, proveniente da prática esportiva, é algo real em todo o país. Junto dela, vem a necessidade de um projeto consistente, eficaz, responsável e duradouro, capaz de cumprir essas promessas e gerar resultados.
Em Mogi Mirim, um destes projetos, lançado entre 2010 e 2011, foi a criação do Núcleo Integrado de Atividades Sociais, o Nias, complexo esportivo formado por campo de futebol, pista de atletismo, arquibancada, vestiários e uma quadra poliesportiva, construído no bairro Mogi Mirim II, na zona Leste. Sua criação é fruto de um acordo entre a Prefeitura e o presidente do Mogi Mirim Esporte Clube, Rivaldo Vitor Borba Ferreira.
Para conseguir a aprovação do número de andares do Residencial do Jardim, torres levantadas à Praça Floriano Peixoto, o Jardim Velho, foi necessário que a Prefeitura autorizasse a expansão vertical do imóvel, alterando o plano diretor do município. Em troca, pedia algum tipo de investimento no município. Assim nasceu o complexo.
Mas o que se viu anos depois foi um local sem o uso adequado. De solução virou pedra no sapato e acumulou uma série de problemas ao longo dos últimos anos. O número de modalidades esportivas e aulas práticas na área não foi o esperado, a divulgação das atividades do local pouco foi feita, a população não se envolveu como deveria, e o espaço foi alvo de vândalos. Alambrados destruídos, portas sem maçanetas, campo esburacado e sujeira fizeram parte do cenário do Nias nos últimos anos.
Agora, a Prefeitura anuncia um projeto de reforma em toda a área, com verba perto de R$ 310 mil oriunda do governo federal, captada junto ao Ministério do Esporte.
Não se pode duvidar da boa vontade do Executivo em reformular o espaço na zona Leste. Isso deve ser realizado. A pergunta que fica, é se após as obras, ainda sem prazo para começar e terminar, o complexo será útil e irá ajudar no desenvolvimento da população.
É preciso um projeto consistente a fim de transformar o Nias naquilo que sempre se esperou dele. Mobilizar professores, voluntários, alunos e adeptos ao esporte, com o objetivo de ensinar quem quer aprender. Não basta apenas estrutura. Colocar a mão na massa e levar o esporte como um todo ao complexo é tarefa que precisa ser cumprida. Do contrário, o espaço continuará ocioso e longe de sua função.