Nos últimos anos, é inegável que o Esporte em Mogi Mirim ficou deixado de lado. Com a prioridade voltada para setores essenciais da sociedade, como a Saúde e Educação, fontes de maior parte do destino da verba pública e fatores de imensa cobrança da população, natural que tanto modalidades como a infraestrutura esportiva não contem com o aparato e o interesse que realmente lhes convém.
Por outro lado, o Esporte municipal, aos poucos, parece que começa a trilhar um caminho, que se ao menos não é o tão sonhado, dá mostras que o futuro pode guardar algo de bom. Isso passa muito pelo comando da atual Secretaria de Esporte, liderada por alguém que o vive e respira o esporte, no caso, o ex-jogador de vôlei Dirceu Paulino. Com uma equipe que se não é a melhor do mundo, entende e muito de modalidades esportivas, desenvolve um trabalho que começa a render frutos, com investimentos praticamente nulos e uma estrutura que não desperta inveja a ninguém.
Aliado ao retorno dos Jogos Escolares, responsável por movimentar inúmeras escolas da cidade e ser responsável por uma competição sadia entre alunos, nesta semana, o secretário anunciou a volta dos Jogos dos Trabalhadores, após 11 anos. Junto da ideia de promover a disputa entre empresas, por meio de seus funcionários, e movimentar o calendário esportivo na cidade, o objetivo da competição é claro: resgatar a tradição esportiva em Mogi Mirim. Até quem não estará envolvido com a disputa dentro de quadra ou do campo foi lembrado, como as mulheres, que estarão representadas na disputa pelo posto de rainha dos jogos, assim como quem não entra em campo, mas faz a diferença fora dele, no caso a torcida.
A realização dos jogos não significa que o esporte está brilhante na cidade e que tudo caminha bem. Pelo contrário. A realidade está longe disso e o município acumula inúmeros problemas na área, que vão desde a falta de um contingente apropriado de professores, até a estrutura, precária e defasada, com a falta de espaços públicos adequados para o desenvolvimento da prática esportiva. Por outro lado, parece que após muitos anos, existe um grupo dentro da Prefeitura disposto a dar uma nova cara ao Esporte.
Dirceu não esconde que ele próprio busca, por meio de reuniões e encontros com empresas, uma forma de captar recursos que possam ser investidos em Mogi. Também não possui amarras em pedir o apoio dos vereadores na obtenção destes mesmos recursos, e que alguém olhe com outros olhos para o esporte, algo que anda em falta na cidade.
O Poder Público é burocrático e engessado, mas isso não pode servir de desculpa para que ideias, projetos e sonhos não possam sair do papel e serem colocados em prática. Pode não ser agora, mas no futuro, quem será beneficiado com atitudes como a vista na Secretaria de Esporte é a população. O conceito trabalhado na pasta é muito mais amplo do que a simples disputa dentro de campo. A luta é fora dele.
