terça-feira, abril 22, 2025
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O gol da ignorância

É assustador, cada vez mais, ler os comentários na internet diante de uma determinada publicação. Não se pode generalizar, afinal, ainda existem pessoas com bom senso, mas boa parte dessas opiniões, infelizmente, carece de argumentos plausíveis e só transbordam intolerância, ódio e ignorância, no sentido da falta de conhecimento sobre o que se fala.

Um exemplo, que ocorreu nessa semana, foi com uma matéria publicada no Facebook de O POPULAR. A reportagem “Jogos do Brasil terão telão de 150 polegadas e samba na Praça Rui Barbosa, no Centro” gerou comentários negativos, tendo ficado evidente que alguns internautas, sequer, tiveram o trabalho de abrir o link para ter acesso ao conteúdo todo. Foram logo criticando o Poder Público, argumentando se tratar de mais um gasto, enquanto a cidade está cheia de problemas.

No entanto, esses mesmos internautas não se atentaram, ou não se quiseram se atentar, que o evento na praça terá custo zero e será bancado pela iniciativa privada, com o apoio de associações do município, através da Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer (Sejel). A informação estava ainda no primeiro parágrafo do texto. Quando não há o compromisso com a leitura, a notícia ganha uma visão errônea. Muitos ainda aproveitam o momento de instabilidade para gerar mais dúvida, compartilhando um fato superficialmente.

Outra vez, se faz necessário voltar à discussão, neste espaço, de que a cultura e o esporte fazem parte da formação humana. A mesma argumentação vazia foi vista em fevereiro deste ano, quando a Prefeitura anunciou que retomaria as festividades carnavalescas em Mogi Mirim. Uma chuva de insatisfação tomou conta das redes sociais, imperando, como sempre, o famoso clichê do “Pão e Circo”.
O entretenimento e o lazer são direitos do cidadão e cada um é livre para as próprias escolhas.

Ninguém deve se achar melhor que o outro por optar ler um livro a assistir aos jogos da Copa do Mundo. O contrário também é válido. Não ter o telão na Praça Rui Barbosa em nada amenizará as dificuldades enfrentadas pela sociedade. A corrupção e demais mazelas continuarão existindo, com ou sem o futebol. Além disso, é preciso reforçar que dar valor para um campeonato mundial não significa atestar uma postura de alienação.

As pessoas, em geral, costumam condenar a postura dos políticos, contudo se mostram tão condenáveis quanto os seus eleitos quando se colocam a serviço da intolerância. A crítica pela crítica não traz transformações. Fomentar opiniões sem consistência e repletas de ódio é, sem dúvida, um prato cheio para a perpetuação de um mau sistema representativo que, de fato, dará os ombros para o interesse público. A Copa mal começou e, em Mogi, quem já marcou uma goleada foi a ignorância.

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