sexta-feira, novembro 22, 2024
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O governo de Gustavo Stupp não decola

A eleição de Gustavo Stupp como prefeito de Mogi Mirim em 2012 surgiu como um sopro de esperança e veio acompanhada por um sentimento de ampla renovação na política municipal. Parte do eleitorado, descontente por políticos da velha guarda e com seguidas passagens pela Administração, viu em Stupp um jovem promissor, ousado e de boas idéias, capaz de trazer para Mogi Mirim um governo novo e moderno, que poderia ser responsável por dar uma nova cara à cidade.

Mesmo diante deste cenário, Stupp chegou com um discurso de renovação, mas ao mesmo tempo com intenções exageradas e projetos mirabolantes. Se por um lado, muitos apostavam no novo prefeito, na outra ponta do eleitorado, a opinião era de que não se devia alimentar esperanças, já que o prenúncio de novas frustrações na Administração batia à porta.

Passados 21 meses de sua posse, o receio se confirmou. Hoje, o governo atual é marcado por uma série de polêmicas, acumuladas mês após mês. Bandeiras de Stupp não decolaram, como o tão alardeado projeto da Cidade Digital e o Pronto Atendimento Integrado (PAI), que surgiu com o discurso de salvação na área de saúde. Embora outros projetos tenham saído do papel, ainda não foram capazes de agradar a população.

Nas últimas semanas, o corte de gastos foi escancarado dentro da Prefeitura, com seguidos pedidos por economia. Projetos e programas em inúmeras secretarias foram cancelados, comissionados foram exonerados e servidores rebaixados de funções. A justificativa é de uma economia de até R$ 200 mil mensais, que resultaria em pouco menos de R$ 6 milhões até o final de 2016, não digerida por muita gente.

Com menos de dois anos de mandato, as principais pastas municipais tiveram mudanças de seus secretários, como Educação, Segurança, Saúde, Trânsito e Transportes, Cultura e Turismo, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), entre outras. A última delas, a de Promoção Social, com a saída de Beatriz Maretti Marangoni Bueno, que em carta, fuzilou o atual governo.

As recentes investigações do Ministério Público afetam ainda mais a credibilidade do governo. Indícios de superfaturamento na compras de serviços de buffet resultaram até no bloqueio de bens de Stupp, e do vice, Gerson Rossi Junior. Além disso, existem inquéritos civis na promotoria que apuram a compra de árvores de Natal pela Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), onde o Executivo é investigado por repasse de verba à entidade. A mais recente, analisa a situação do transporte rural de alunos, com queixas de pais sobre atrasos e reclamações sobre o serviço, junto da suspeita de improbidade administrativa no processo licitatório.

Se no ano passado, o discurso de Stupp era colocar a casa em ordem, para então começar a trabalhar este ano, a fala não se transformou em realidade. O que parece existir é um caos na Prefeitura. Aânsia por renovação e uma política transparente se dissiparam como pó. O que resta à população é torcer para que alguma coisa mude nos próximos dois anos.

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