quinta-feira, novembro 21, 2024
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O jornalismo agradece, Boechat

O POPULAR pede permissão a você, leitor, acostumado a ver neste espaço análises dos principais assuntos de relevância pública de Mogi Mirim para homenagear uma figura emblemática na área jornalística, inspirador não só de profissionais da área de comunicação, mas brasileiros em toda parte do país, com sua voz serena, seu senso crítico contundente, baseado em fatos e argumentos, e sua faceta pessoal capaz de defender e conquistar todo tipo de cidadão, em especial aquela minoria esquecida por governos, e as que honram, a cada instante, o mais puro sentimento de patriotismo.

O Brasil recebeu atônito, na segunda-feira, a notícia sobre o falecimento do jornalista Ricardo Eugênio Boechat, apresentador do Jornal da Band e da Rádio Band News, detentor dos principais prêmios do jornalismo brasileiro e um dos nomes mais importantes da categoria nos últimos 50 anos. Ele, que saía de uma palestra em uma empresa farmacêutica de Campinas, e voltava para São Paulo, foi vítima da queda de um helicóptero, em um trecho na Rodovia Anhanguera, ao lado do piloto Ronaldo Quattrucci. Não é tarefa complicada dimensionar a magnitude da perda.

Com sua postura incisiva, ética e combativa, era admirado até por quem recebia, através de palavras e textos, críticas construtivas, visando o aprofundamento de ideias, a análise coerente e a busca pela justiça. A defesa das minorias, algo tão idealizado por ele, pôde ser comprovada até durante seu funeral, quando um grupo de taxistas permaneceu em torno de seu caixão, e promoveu um buzinaço na frente da Rede Bandeirantes logo após a confirmação da tragédia.

O jornalismo, que vive um momento delicado, talvez nunca consiga suprir essa lacuna. Em um paralelo com Mogi Mirim, a perda de Boechat pode muito bem ser comparada a de Valter Abrucez, fundador e ex-editor chefe de O POPULAR, com passagem histórica na categoria, uma mente pensante, e responsável por abrilhantar a classe jornalística. Um profissional irrepreensível.

Em períodos de intolerância, falta de sabedoria e das Fake News, que contribuem para a destruição da ética, da investigação e apuração dos fatos, justamente um dos ensinamentos deixados por Boechat, sua morte toma contornos ainda mais dramáticos. Ele representava a voz da esperança, transparência, da luta por um Brasil melhor. Era o condutor de uma orquestra editorial alinhada, capaz de encantar, fazer pensar e construir uma reflexão a cada sílaba que proferia.

Para quem crê em outras vidas, a essa altura, ele e Abrucez já traçam os caminhos para a próxima edição em circulação nas bancas, o próximo programa de rádio prestes a ir ao ar. Se as redações na terra choram e lamentam a perda, algumas delas, lá no céu, ganham uma figura radiante que, das nuvens, continuará promovendo seu jornalismo no mais alto nível. Sorte de quem vive entre as estrelas!

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