sábado, novembro 23, 2024
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“O meu objetivo era ajudar”, diz vereador Ary Macedo

Pela primeira vez, desde a decisão judicial divulgada na última quarta-feira, o vereador Dr. Ary Macedo (SDD), também condenado à cassação, se manifestou a respeito do caso da Endo Gastro Sociedade Simples. Durante discurso na tribuna da Câmara, na sessão de segunda-feira, o vereador afirmou que agiu com o propósito de fazer o máximo para a área da Saúde, honrando, dessa forma, seu juramento como médico, e ainda questionou o fato de ser colocado como o sócio-proprietário da empresa. “Eu sou um décimo do grupo Endo Gastro. Ela (a empresa) não é minha”, desabafou.

Geralmente avesso a discursar, Ary se defendeu na sessão de segunda-feira (Foto: Ana Paula Meneghetti)
Geralmente avesso a discursar, Ary se defendeu na sessão de segunda-feira (Foto: Ana Paula Meneghetti)

Segundo Dr. Ary, o convite para ocupar o cargo de secretário de Saúde do Município partiu do prefeito Gustavo Stupp (PDT), em 2012, quando a área enfrentava uma série de problemas. “Na realidade, o meu objetivo era ajudar. Se está certo ou errado, vamos aguardar a decisão da Justiça”, disse. Ary apontou que, na época, havia um déficit de duas mil consultas e um total de 600 exames, de endoscopia e colonoscopia, também estavam pendentes. “Era um caos. Peguei uma situação lamentável”, contou.

Para solucionar a questão dos exames, o vereador disse que o grupo Endo Gastro, do Hospital 22 de Outubro, resolveu fazer o credenciamento no Consórcio. “O hospital preenchia todos os requisitos do edital e aí resolvemos assinar o contrato. Temos que admitir que, juridicamente, eu como secretário não poderia prestar serviços ao Município. Mas, era a única empresa que oferecia esse tipo de serviço”, argumentou.

Em novembro de 2013, a vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB) elaborou um requerimento pedindo o afastamento imediato do secretário de Saúde. A denúncia era de que o médico estaria prestando serviços particulares de endoscopia digestiva à Prefeitura, através da empresa Endo Gastro.

O nome de Ary estava registrado como pessoa jurídica no Contrato Social da empresa, que também aparecia na relação dos prestadores de serviços credenciados pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde “08 de Abril”. Após abertura de uma sindicância administrativa, o médico foi afastado do cargo de secretário.

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