Vários conflitos e contradições marcaram os primeiros meses da administração de Gustavo Stupp (PDT), ágil em lançar ideias e projetos, mas distante da realidade de realizações no corpo do setor público, onde as dificuldades são maiores em relação à iniciativa privada, por conta da necessidade de transparência, maiores cuidados no trato dos orçamentos e a co-responsabilidade em relação aos demais poderes. O que sobrou em iniciativa do jovem candidato, faltou em experiência ao neófito prefeito, que amargou os dissabores de uma oposição crítica, e alguns contratempos de ter frustradas algumas intenções.
Discurso onipresente durante a campanha, a questão do transporte coletivo foi uma das primeiras grandes cobranças que desafiaram o novo prefeito. A tarifa a R$ 1,00 foi emblemática e talvez a primeira etapa cumprida da extensa agenda de promessas de campanha. Mesmo sem atender ao público projetado inicialmente, transformou-se em realidade incontestável, calando a boca de uma oposição que insiste em buscar significados mais abrangentes para o que se esperava.
No bojo das manifestações de junho, quando grande parte da população saiu às ruas em uníssono protesto contra uma diversificada carta de reivindicações, um grupo de jovens tomou a dianteira das passeatas e, de forma atabalhoada, inseriu na discussão local a pauta levantada – não sem segundas intenções – em várias cidades, de Norte a Sul, de reivindicar mudanças no sistema de transporte coletivo, de isenção total da tarifa a uma revisão na planilha de custos. Durante semanas, o questionamento foi visceral, a cobrança violenta, até que a Prefeitura liberou os documentos para análise dos interessados.
Em oposição contida e arrazoada, como o próprio Stupp admite, a vereadora Luzia Cristina Côrtes Nogueira (PSB) apontou algumas discrepâncias em denúncia que bateu às portas do Ministério Público. Em outra ponta, os black blocs caipiras assumiram cobranças agressivas e constrangedoras, inclusive cercando o prefeito em evento de 7 de Setembro, até que conseguiram que a planilha fosse disponibilizada. Feito cachorro que corre atrás dos carros e não sabe o que fazer quando alcança, os neo anarquistas silenciaram sobre o assunto, mostrando que mais vale o grito que o argumento. Aliás, o movimento refluiu das ruas e, curiosamente, ninguém lamentou.