As Paralimpíadas estão cada vez mais fortes e ganhando mais visibilidade. Isso é extremamente positivo em vários aspectos. A cada ano mais pessoas se convencem que pessoas com algum tipo de deficiência podem, sim, praticar esporte de alto rendimento.
Edição após edição o evento se distancia da ideia de ser algo menor e organizado pelas autoridades internacionais do esporte apenas como uma obrigação para ser politicamente correto aos olhos do mundo. E se aproxima da convicção de que é sim uma competição que pode ser atraente para o público em geral, em termos de audiência e comercialmente para marcas que atrelam seus nomes e imagem à competição.
Todos os mogimirianos deveriam ter como orgulho a participação do conterrâneo Luiz Filipe Guarnieri Manara nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 (é assim que eles entrarão para a história apesar de serem realizados em 2021). Não se trata apenas de uma história de superação pessoal, mas de um exemplo que pode e deve ser seguido, porque poucas coisas no mundo têm o poder de inclusão que o esporte tem.
É ferramenta de empoderamento, de superação de limites, de motivação e de vida saudável, inclusive do ponto de vista mental. É claro que ainda faltam programas e mecanismos de política esportiva para tornar esse caminho mais natural. Mas, estamos evoluindo.
O próprio Manara poderia estar escrevendo esse texto com muito mais propriedade do que eu. Colega jornalista, ele conhece e verbaliza muito bem sobre a realidade do atleta paralímpico brasileiro. Com o seu desenvolvimento iniciado aqui, com apoio do Clube Mogiano e principalmente da família, ele não chega à sua segunda participação em Jogos sem grandes títulos. Bicampeão Panamericano, ele domina o cenário das Américas por completo na classe 8, a qual pertence. E aí reside um detalhe superimportante. A divisão dos atletas em classes. Isso garante não só uma maior competitividade, mas também justiça às disputas.
Essa verificação periódica do nível da deficiência é feita de forma cada vez mais rigorosa e em todas as modalidades. Em esportes como a natação e o atletismo, nos quais o Brasil tem tradição de medalhas, não chega a ser incomum o competidor trocar de categoria de uma competição para outra.
Não há nenhum exagero em dizer que uma participação em Paralimpíadas já é um atestado de vitória. Mas, como todo mesatenista de elite, Manara vai em busca de sua melhor participação, que pode resultar em medalha. Se manter na seleção brasileira significa estar em franca evolução.
Os resultados recentes evidenciam o crescimento da modalidade no Brasil. Nos Jogos do Rio 2016, foram quatro medalhas individuais e por equipe. Fica aqui a nossa torcida para que tudo conspire a favor do melhor desempenho possível, mas, sobretudo, para que ele esteja feliz com o que realizar e curta essa experiência que tanto merece.