domingo, abril 20, 2025
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Memória: o policial militar e vereador que amava vender peixes

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Moisés David Pedro dos Santos, o Vila Peixeiro, morreu no dia 25 de junho, aos 72 anos; ele deixou filhos e esposa (Foto: Arquivo Pessoal)

“Olha o Vila Peixeiro, olha o peixeiro passando…”. O bordão, usado por mais de 40 anos, cativou fregueses, conquistou a simpatia de adultos e crianças, que corriam atrás de uma Kombi azul, e virou marca da personalidade de Moisés David Pedro dos Santos. Nascido em 27 de dezembro de 1943, na capital paulista, foi criado na Vila Maria, distrito localizado na Zona Norte de São Paulo. Formou-se e entrou para a Força Pública do Estado, o que depois viria a ser a Polícia Militar.

Transferido por conta da carreira militar, chegou a Mogi Mirim, em 1963, aos 20 anos, onde trabalhou na antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), atualmente Fundação Casa. Atuou também como vereador, no período de 1996 a 2000, ao lado de Maria Helena Scudeler de Barros. Ambos eram parceiros no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Na época, Mogi Mirim era governada por Paulo Silva (PSB) e Mário Covas, engenheiro por formação, comandava todo o Estado de São Paulo.

Embora ocupasse posições de destaque, a paixão de Santos era mesmo vender peixes, daí o apelido de Vila Peixeiro. “Gostava de estar junto com o povo”, lembrou um dos filhos, o almoxarife Moisés David dos Santos, de 35 anos. Segundo ele, o pai desempenhava as profissões com muita seriedade e amor. Foram 30 anos dentro da polícia. Santos foi soldado e cabo e se aposentou como primeiro sargento. “Ele foi um policial militar exemplar. Amigos de todos, era muito carismático. Tanto que era respeitado até pelos fora da lei, que o admiravam”, contou o almoxarife.

As palavras do policial, que acreditava no ser humano, chegou a ajudar muitos dependentes químicos. “Era muito curioso porque alguns vinham falar para a gente que paravam de usar drogas pelos conselhos que meu pai dava. Ele queria muito bem todo mundo”, recordou o filho. Como representante do povo, o desempenho não foi diferente. Sempre disposto a ajudar, uma das contribuições políticas, realizada durante seu mandato, foi o requerimento para a construção do túnel Mário Covas, que dá acesso à região da zona Leste. Ao lado de Maria Helena, o vereador conseguiu a verba do Governo Estadual.

Vila, como começou a ser chamado ainda na infância, também foi exemplo como homem de família. “Excelente pai, bom marido, se preocupava com os irmãos, que não moravam na cidade, mas fazia o possível para conversar por telefone e visitá-los. Sempre amou todos os netos”, destacou o almoxarife.

No dia 25 de junho, ele morreu aos 72 anos, em função de uma isquemia cerebral. Deixou quatro filhos e a esposa, Ana Maria Dias dos Santos, de 70 anos, com quem completaria 50 anos de casado em dezembro deste ano. Apesar da ausência, as lembranças de Vila Peixeiro ficarão na memória de quem já foi freguês e das crianças, hoje adultas, que um dia correram atrás da Kombi azul.

O legado dos ensinamentos que valorizam a honestidade e o bem ainda vive em seus descendentes e será transmitido de geração em geração. “Pai de muitos, amigo de todos, zona Leste, Jardim Planalto e tantos bairros. Obrigado Vila, meu pai, pelo exemplo de ser humano que você foi. O céu está mais alegre com o senhor olhando por nós. Deus o abençoe”, homenageou o filho.

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