Lula disse em Lisboa que o Brasil deveria investir mais nas privatizações em Portugal. É muito engraçado! Lula no Brasil sempre foi contra as privatizações de empresas brasileiras. Por que em Portugal ele manifesta interesse pelas privatizações portuguesas? Deveria ser coerente com a sua deformada filosofia estadista.
Trata-se de um político não confiável, sem seriedade. No Brasil, ele tem um comportamento e, em Portugal, outro. Lula é o político de duas caras.
Lula foi um espertalhão sindicalista que surgiu no Brasil. Lula é o protótipo político inconfiável que só quis e quer, ele e sua turma, tirar vantagem da coisa pública. O respeito à moralidade pública não faz parte de seu caráter. Ademais, Lula usa recursos maquiavélicos quando lhe são convenientes: chama seus correligionários de “aloprados”, todas as vezes que estes são envolvidos em graves denúncias, que comprometem a imagem do PT. Vejam esta pérola: o ex-presidente também disse, em Portugal, que os dirigentes do PT condenados no mensalão não são de sua confiança. Grande amigo urso!
Quando alguém, considerado pobre e com pouco estudo, chega ao poder (político) e dele sai na condição de classe média alta, inclusive tendo o filho, Lulinha, nesse período, se tornado grande empresário, é muito difícil não se suspeitar da sagacidade do senhor Lula.
Por outro lado, Lula confunde alhos por bugalhos: política com Judiciário. Lula é um doidarrão varrido. Ele não tem noção do que seja autonomia dos Poderes. Demonstra desconhecer o Art. 2º, da Constituição Federal, ao não entender a inteligência do artigo, que fala de Poderes independentes e harmônicos. Lula pensa que o Judiciário tem que se ajoelhar ao Executivo, só porque os seus ministros são indicados pelo presidente da República.
Aliás, quando Lula era presidente da República criticava o Tribunal de Contas da União (TCU). Em outubro de 2009, um ano antes de deixar o Palácio do Planalto, o então presidente subiu o tom das críticas ao TCU. À época, a Corte recomendou a paralisação de 15 obras federais em relatório enviado ao Congresso. “Não é justo mandar parar uma obra, mesmo quando haja algo errado, porque o custo fica muito mais caro ao país e ao povo”, disse o petista, ao vistoriar as obras da Ferrovia Norte-Sul em Anápolis (GO), que teve um trecho paralisado por determinação do TCU. Lula não se limitou a criticar a fiscalização do TCU e anunciou a ideia de criar um órgão “tecnicamente inatacável” para decidir sobre questões relativas à paralisação de obras por recomendação do tribunal.
Quanto ao julgamento do mensalão, Lula mostrou em Lisboa todo o seu despreparo cívico ao reprochar que a decisão da Corte foi 80% política e 20% jurídica. Lula deveria se conter: foi bafejado pela sorte, pois ele escapou também ser arrolado no processo.
Enquanto não se tem um país que dê aos seus filhos condições similares ao padrão exigido pela Fifa, para a realização da Copa do Mundo de futebol, nas áreas de educação, saúde, segurança pública etc., o ex-presidente Lula tripudia em Lisboa ao dizer que não se incomoda com as manifestações de ruas do povo contra o desperdiço do dinheiro público e não melhoramento da qualidade dos serviços e da infraestrutura do país, e deixou um recado à patuleia brasileira:
“Deixa o povo ir para a rua, não tem nenhum problema. É um povo indo para a rua protestando e outro povo indo para a rua para ver o jogo […] O que importa é que nós temos que garantir tranquilidade para os jogadores. Não é em qualquer momento que a gente pode receber no Brasil um Cristiano Ronaldo, um Leonel Messi, um Neymar. Não é em qualquer momento que a gente pode receber essas figuras importantes”, afirmou o ex-presidente.
Só que a sandice do senhor Lula não lhe permite ver o Brasil do ponto de vista apolítico e de responsabilidade com as causas sociais.
Júlio César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado